A cidade de Sumé
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A cidade de Sumé está localizada no sul da Paraíba, na sub-região denominada Cariris Velhos. Está a 250 Km da Capital João Pessoa e a 130 Km de Campina Grande. O Clima é seco com temperatura acima dos 25ºC na maior parte do ano. A população atual é de cerca de 15 mil habitantes.

Inicialmente Sumé foi denominada São Tomé, em função do rio de mesmo nome que cortava a Vila. No início do século, se destacou pelas fazendas de gado e pelas rotas de tropeiros.

Foto de 1910 - Atual Praça Adolfo Mayer.

Em 1911 esteve no epicentro da Revolta comandada por Augusto Santa Cruz, promotor da cidade de Monteiro, então sede do Município. O movimento armado, contrário ao Presidente do Estado João Lopes Machado, foi sufocado após a derrota nas eleições do candidato do Partido Democrata, Joaquim do Rêgo Barros. Mesmo assim, São Tomé foi elevado à distrito no mesmo ano de 1911.

Durante a revolução de 1930, São Tomé sofreu ameaça de invasão por tropas armadas vindas de Princesa Isabel, cidade revoltosa. O bando, comandado pelo cangaceiro Benzinho Vidal, recebera ordem de eliminar vários adversários do Coronel Zé Pereira. Quando soube que os homens estavam no Riacho Pedra Comprida, próximo da Vila, e se preparavam para o ataque, o Padre Sílvio Celso de Melo foi ao encontro deles e negociou a paz. Além de uma possível quantia em dinheiro, coube aos moradores de São Tomé dar comida aos visitantes e não denunciar a presença deles à polícia, esta, aquartelada em Monteiro. Os bandidos foram à Vila, almoçaram na casa de Antonio Jacinto, com bois doados por fazendeiros, e foram embora. A polícia, que acabou tomando conhecimento do fato, chegou à noite, jantou o resto do almoço e partiu no encalço dos cangaceiros. O encontro foi no dia seguinte no município de Camalaú, resultando em várias baixas dos dois lados, forçando os bandidos a retornarem para Princesa Isabel. Ficou marcado para os habitantes de São Tomé a extrema disciplina dos cangaceiros, maior muito mais do que a demonstrada pelas forças legais.

Em 1951 a cidade alcançou a autonomia. Devido já existir outra São Tomé, adotou-se o nome de SUMÉ. Esta palavra foi encontrada em várias tribos indígenas, representando sempre um curandeiro e amigo dos nativos que teria ensinado a eles, entre outras coisas, a arte do plantio de várias culturas. Os Jesuítas, sempre perspicazes na prática de disseminar os seus credos, associaram este personagem, levado quase à divindade pelos índios, ao apóstolo São Tomé, pela simples semelhança sonora. Os sumeenses, em 1951, inverteram o processo, adotando um nome advindo efetivamente do vocábulo dos primeiros habitantes da região: os Índios Cariris.

Sumé passou por diversos ciclos econômicos durante a sua história. Desde o final do século XIX, a cidade se destacou na criação de bovinos. Posteriormente, foram implantados com sucesso projetos de produção de farinha de mandioca, principalmente onde hoje se localiza o distrito de Pio X. Em meado do século XX, período que abrange a sua independência, o município assistiu ao ciclo do angico, madeira utilizada no beneficiamento do couro; e também do sisal e do algodão. Este último era plantado, inclusive, por grupos de familiares de baixa renda, em meio às tradicionais culturas de subsistência, como o feijão e o milho.

A construção do açude público pelo DNOCS no final da década de 50, resultou no momento áureo da agricultura da cidade. Com capacidade aproximada de 43 milhões de metros cúbicos, o açude proporcionou a implantação de um perímetro irrigado com extensão superior a 12 Km , onde se desenvolveu a cultura intensiva do tomate que, na época da colheita, empregava grande parte da mão-de-obra disponível. Ao lado do tomate, também se produzia banana, milho e diversos tipos de hortaliças.

Com as longas estiagens cada vez mais freqüentes, o sistema hídrico entrou em colapso, inclusive para consumo humano, trazendo grandes preocupações sobre a viabilidade não só de Sumé, mas de toda a região, nas primeiras décadas do século XXI, pois medidas abrangentes, definitivas e eficazes, parecem cada vez mais distantes.

A pecuária, notadamente a caprinocultura, continua sendo um destaque na economia do município. Sumé possui, também, grande potencial para a exploração mineral, principalmente o grafite e o granito.

A travessia do rio Sucurú em dia de feira (antes da construção da ponte), década de 60.
 
 
Banho no sangradouro do açude (acima) e enchente na rua Manoel Severo em 1985, último ano de sangria efetiva do açude.

Fotos do acervo de Maria do Socorro Silva.

 

 

Fonte: http://sonielsonsilva.sites.uol.com.br/ e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

 

 
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