Documento enviado ao MEC será avaliado na Conferência Nacional de Educação

De 28 de março a 1º de abril, os governos municipais, estaduais e federal, em conjunto com diversos segmentos da sociedade, irão discutir, pela primeira vez, os rumos da educação no país em todos os níveis de ensino, com a realização da Conferência Nacional de Educação (Conae), no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília.

Precedido por conferências municipais, realizadas nos últimos anos, o evento tem por objetivo principal elaborar diretrizes para a construção de um Sistema Nacional Articulado de Educação, que promova a efetiva cooperação entre os âmbitos federal, estadual e municipal, em favor da melhoria da qualidade da educação brasileira, desde a pré-escola até a pós-graduação.

“É um momento histórico, em que as oportunidades de concretização de ideais devem ser plenamente aproveitadas, em prol do desenvolvimento do nosso estado”, comemora o reitor Thompson Mariz, da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).

Ele afirma que a Paraíba necessita de urgente expansão do ensino público superior “para criar expectativas promissoras para toda a sua população jovem, e consequente desenvolvimento sócio-econômico”, diz, destacando a importância de expandir a oferta de vagas em todo o estado.

“Na região Sudeste encontra-se 57,45% do total de vagas de ingresso registradas no país; a região Nordeste, onde se encontra cerca de 30% da população nacional, detém apenas 14,3%”, reclama o reitor, destacando a situação delicada do estado: “A Paraíba detém 7,14% das vagas existentes no Nordeste, o que corresponde a apenas 1,02% do total nacional”.

Em documento enviado ao MEC, ele detalha ações que considera imprescindíveis para a democratização do acesso ao ensino superior na Paraíba, como a implantação de campi universitários em Itabaiana e Itaporanga, e a criação de 20 pólos universitários, com a oferta total de 2.700 novas vagas.

Nos campi de Itaporanga e Itabaiana seriam, ao todo, 450 novas vagas anuais, com a implantação de nove cursos, com 50 vagas cada: licenciaturas em Pedagogia, Letras, Sociologia e História (Itaporanga) e de Tecnologia em Segurança da Informação, Jogos Digitais, Sistemas para Internet, Redes de Computadores e Gestão da Tecnologia da Informação (Itabaiana).

Nos campi já existentes de Cajazeiras e Campina Grande, a idéia é implantar cinco novos cursos, com uma oferta de 250 vagas.

Pólos universitários

O destaque do documento é a criação de pólos universitários em 20 cidades paraibanas, adjacentes a campi já existentes, ou a serem criados, com a oferta de dois cursos de graduação e 100 vagas de ingresso anuais, em cada pólo.

“Trata-se de uma opção econômica, eficiente e bastante plausível. Com um mínimo de infra-estrutura física e de recursos humanos, os pólos podem funcionar prescindindo de estrutura administrativa, já que atuarão com extensões administrativas dos campi universitários instalados”, explica Thompson.

Na proposta apresentada, seriam implantados pólos universitários nas cidades de Teixeira, Santa Luzia, Catolé do Rocha, São Bento, Coremas, Uiraúna, São João do Rio do Peixe, São José de Piranhas, Triunfo, Monteiro, Serra Branca, Taperoá, Boqueirão, Picuí, Esperança, Piancó, Conceição, Princesa Isabel, Juripiranga e Pedras de Fogo.

A oferta de vagas no período noturno - com a garantia de acesso a laboratórios, bibliotecas e outros recursos que assegurem ao aluno/trabalhador as mesmas condições disponibilizadas aos estudantes do período diurno -, é um dado que o reitor considera importante para o sucesso da proposta. “Desta forma, estaríamos assegurando à população mais carente, em todas as microrregiões do estado, o direito a uma educação superior de qualidade, pública e gratuita”, observa Thompson.

Confira abaixo as metas listadas no documento

1. Criar novos campi da Universidade Federal de Campina Grande, com a oferta de 450 vagas de ingresso anuais:

Campus de Itaporanga, no Vale do Piancó:

- Licenciatura em Pedagogia

- Licenciatura em Letras

- Licenciatura em Sociologia

- Licenciatura em História

Campus de Itabaiana, no Vale do Paraíba

- Tecnólogo em Segurança da Informação

- Tecnólogo em Jogos Digitais

- Tecnólogo em Sistemas para Internet

- Tecnólogo em Redes de Computadores

- Tecnólogo em Gestão da Tecnologia da Informação

2. Consolidar os cursos de graduação criados na Universidade Federal de Campina Grande sem aporte financeiro e de recursos humanos oriundos do Programa Expansão e do Programa REUNI:

- Medicina (campus de Cajazeiras)

- Enfermagem (campus de Cajazeiras)

- Engenharia de Produção (campus de Campina Grande)

- Ciências Biológicas (campus de Patos)

- Ciências Contábeis (campus de Sousa)

- Nutrição (campus de Cuité)

3. Criar novos cursos de graduação presencial nos campi já existentes, a exemplo de Educação Física e Fisioterapia, no campus de Cajazeiras, com a oferta de, pelo menos, mais 250 vagas de ingresso anuais, no âmbito da Instituição.

4. Criar pólos universitários nas cidades mais prósperas adjacentes a campi já existentes, ou a serem criados, com o oferecimento de dois cursos de graduação e uma oferta de 100 vagas de ingresso anuais por Pólo:

Campus de Patos (200 vagas)

- Pólo Teixeira

- Pólo Santa Luzia

Campus Pombal (300 vagas)

- Pólo Catolé do Rocha

- Pólo São Bento

- Pólo Coremas

Campus de Sousa (100 vagas)

- Pólo Uiraúna

Campus de Cajazeiras (300 Vagas)

- Pólo São João do Rio do Peixe

- Pólo de São José de Piranhas

- Pólo de Triunfo

Campus de Sumé (400 vagas)

- Pólo Monteiro

- Pólo Serra Branca

- Pólo Taperoá

- Pólo de Boqueirão

Campus de Cuité (200 vagas)

- Picuí

- Esperança

Campus de Itaporanga (300 vagas)

- Piancó

- Conceição

- Princesa Isabel

Campus de Itabaiana (200 vagas)

- Juripiranga

- Pedras de Fogo.

Outras informações sobre a Conae podem ser obtidas no site

http://portal.mec.gov.br/conae/index.php.

(Kennyo Alex - Ascom/UFCG)