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Senado aprova a criação de universidade federal latino-americana

Unila terá metade dos alunos e professores brasileiros, será bilíngue (português-espanhol) e terá projeto político-pedagógico inovador


O plenário do Senado Federal aprovou na noite desta quarta-feira, 16/12, o projeto de lei que cria a Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila). Para entrar em vigor, a lei depende, agora, da sanção do presidente da República.

A nova universidade, com sede em Foz do Iguaçu, Paraná, na fronteira com Argentina e Paraguai, tem a proposta de integrar o Brasil aos demais países da América Latina, promover o desenvolvimento regional e o intercâmbio cultural, científico e educacional. A intenção é favorecer a mobilidade estudantil nas comunidades latino-americanas.

A Unila terá metade dos alunos e professores brasileiros, será bilíngue (português-espanhol) e terá projeto político-pedagógico inovador. Os cursos estarão relacionados a áreas de interesse mútuo dos países-membros do Mercosul, com ênfase em temas que envolvam exploração de recursos naturais e biodiversidade transfronteiriça, estudos sociais e linguísticos regionais e relações internacionais.

Serão oferecidas dez mil vagas, entre graduação, mestrado e doutorado. A seleção dos alunos e dos 250 professores será aberta a candidatos de toda a América Latina, com provas em português e espanhol.

A Unila é uma das quatro novas universidades cujas propostas de criação, encaminhadas pelo governo federal, ainda tramitavam no Congresso Nacional. Já tiveram os projetos sancionados e estão em processo de implantação a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) e a Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa).

A Universidade Federal da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) é a única que ainda depende de aprovação do Poder Legislativo.

Repercussão

Senadores de diferentes partidos manifestaram no plenário a expectativa com o projeto que promete fortificar o bloco regional e abrir novas perspectivas no campo educativo e da união regional.

"É importante que o Mercosul se consolide e que diminuam as assimetrias entre os países da Região", declarou a senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), presidente da Comissão de Educação do Senado. O senador Aloizio Mercadante (PT-SP), líder do PT e do Bloco de Apoio ao Governo, agradeceu a acolhida dos colegas à matéria e salientou "este é um grande projeto que mudará a história da América Latina e a iniciativa contribuirá para o pensamento a respeito da integração regional".

Em pronunciamento, o senador José Agripino (DEM-RN), relator do projeto na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, disse considerar a matéria meritória e que ela vai preencher uma lacuna no campo educativo. "Meu voto é entusiasticamente favorável. Essa é uma iniciativa de futuro, pois trata a base que é a educação", enfatizou.

O presidente da Comissão de Implantação da Unila e futuro reitor da instituição, Hélgio Trindade, agradeceu o apoio incondicional que recebeu durante o processo de implantação da instituição de parceiros-chave: a Universidade Federal do Paraná (UFPR), tutora da Unila; a Itaipu Binacional, que tem acolhido as atividades acadêmicas iniciais; e o Parque Tecnológico de Itaipu (PTI), onde já está instalada a sede temporária da futura universidade.

"Agora iniciaremos, em 2010, uma nova etapa com responsabilidades e exigências crescentes e vamos precisar do apoio de todos os que já estão engajados e irão se incorporar na nova universidade, que deixou de ser uma ficção legal e tornou-se uma realidade institucional de porte latino-americano", anunciou.

(Informações das assessorias de comunicação do MEC e da Unila)


Data: 17/12/2009