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Reforma universitária europeia não deve alterar as cooperações científicas

Processo deve ser conduzido com cautela, para evitar riscos à formação de alto nível, alerta presidente da Capes


O Processo de Bolonha, que uniformiza os sistemas de educação superior da Europa, não deve modificar o grau de cooperação acadêmico e de pesquisa entre o Brasil e os países signatários do acordo.

Esta é a perspectiva da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), anunciada na sexta-feira, 12 de novembro, pelo presidente do órgão, Jorge Almeida Guimarães, durante o Fórum Franco-Brasileiro de Educação Superior e Pesquisa.

Pelo acordo, firmado em 1999, a formação superior se dá em três ciclos complementares - bacharelado, mestrado e doutorado -, a serem cumpridos em um período uniformizado (cerca de oito anos). A ideia é ampliar as mobilidades estudantil e profissional, pois os diplomas serão reconhecidos automaticamente entre os signatários.

Para Guimarães, o processo deve ser conduzido com cautela, para evitar riscos à formação de alto nível. "Não podemos perder de vista que um doutor precisa trilhar um caminho consistente em sua preparação. O tempo de formação proposto por Bolonha - em até oito anos, desde a graduação - não parece suficiente", afirma o presidente.

Ele compara com o período de doutorado nos Estados Unidos, que, sozinho, pode chegar a oito anos. "Ainda assim, continuamos incentivando a formação de nossos quadros em cooperação com as melhores instituições do exterior, prioritariamente nas modalidades doutorado-sanduíche e pós-doutorado", diz Guimarães.

Atualmente, a Capes mantém cerca de 4 mil bolsistas em outros países, 80% dos quais na França, que recebe a maior quantidade de bolsistas, EUA, Reino Unido e Alemanha.

Educação básica

Outra prioridade reafirmada pelo presidente é a formação de professores para a educação básica, atribuição da Capes desde 2007. "O próximo passo no desenvolvimento de nossa ciência só pode ser atingido se melhorarmos a outra ponta, a educação básica", diz Guimarães. O déficit atual de professores com formação adequada passa de 700 mil pessoas.

A ferramenta para atingir este objetivo é o Plano nacional de Formação de Professores da Educação Básica (PNFP), que pretende formar 330 mil docentes em primeira e segunda licenciaturas nos próximos cinco anos.

Avaliação

Segundo o coordenador-geral de Atividades de Apoio à Pós-Graduação da Capes, Geraldo Nunes Sobrinho, a próxima Avaliação Trienal da Capes, que acontece em 2010, terá 24% mais cursos em relação à anterior, somando mais de 4 mil programas de mestrado e doutorado. Apenas em 2009, 560 propostas de cursos novos foram apresentadas, das quais 210 receberam ao menos nota 3, a mínima necessária para a recomendação da Capes.


(Informações da Assessoria de Imprensa da Capes)


Data: 17/11/2009