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UFCG anuncia inscrições para curso de Licenciatura Indígena

São 50 vagas destinadas a professores da etnia potiguara que já concluíram o ensino médio e que lecionam em escolas indígenas

 

Os próximos dias 10 e 11 de agosto marcam mais um grande passo da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) em sua trajetória de expansão e inclusão social. A Pró-reitoria de Ensino anuncia para estas datas a realização das inscrições do processo seletivo para ingresso no curso de graduação em Licenciatura Indígena da instituição.

 

São 50 as vagas oferecidas. Somente poderão se inscrever professores reconhecidamente indígenas que já concluíram o ensino médio e que estejam lecionando em escolas indígenas que funcionam no interior da Terra Indígena Potiguara.

 

As inscrições, gratuitas, devem ser feitas de forma presencial na sede da Comissão de Processos Vestibulares (Comprov) no campus Campina Grande. As provas serão realizadas no dia 23 de agosto.

 

Veja aqui o edital.

 

Criada na última segunda-feira, dia 20, pela Resolução Nº 34/2009, a licenciatura é um antigo anseio do povo Potiguara, que habita o Litoral Norte da Paraíba, abrangendo os municípios de Rio Tinto, Baía da Traição e Marcação. Somam cerca de 10 mil índios distribuídos em aldeias e na zona urbana dos municípios.

 

O curso é fruto de um trabalho desenvolvido na instituição desde 2004, no âmbito do Programa de Licenciatura em Educação Indígena (Prolind), do MEC. “Os estudos iniciais resultaram numa série de oficinas, atividades de pesquisa e seminários, realizados em Campina Grande e nas aldeias potiguaras, a fim de se construir um projeto político pedagógico adequado às demandas daquela comunidade”, lembra o então secretário de Projetos Estratégicos, Márcio Caniello, que coordenou o processo.

 

O resultado foi uma proposta curricular ampla e flexível, com a apresentação de conhecimentos contextualizados, “como forma de possibilitar condições para o enfrentamento de questões presentes no cotidiano, tanto escolar como da aldeia”, observou.

 

O curso foi elaborado pela área de Antropologia da Unidade Acadêmica de Ciências Sociais, em parceria com vários cursos do Centro de Humanidades, do campus Campina Grande, e com os cursos de Matemática, Biologia e Química do Centro de Educação e Saúde, do campus Cuité, além de professores de escolas indígenas integrantes da Organização dos Professores Indígenas Potiguara da Paraíba (OPIP-PB).

 

A nova licenciatura obedecerá a um regime seriado especial e será desenvolvida em dois períodos distintos. “Durante o período letivo regular nas escolas indígenas, o curso será desenvolvido em 16 finais de semana consecutivos, no Centro Sagrado Coração de Jesus, localizado em Baía da Traição, onde deverá ser instalada a sede do campus avançado da UFCG”, explica a professora Mércia Batista, da Unidade Acadêmica de Sociologia e Antropologia.

 

Durante as férias escolares nas escolas indígenas, serão oferecidos módulos concentrados de duas semanas nos campi da UFCG em Campina Grande (disciplinas das áreas de Ciências Humanas e Artes, Língua e Literatura) e Cuité (disciplinas das áreas de Ciências Exatas, Ciências Naturais, Ciências da Saúde e Informática).

 

O curso está estruturado em dois núcleos. O primeiro, com duração de 2 anos, é composto por 4 módulos de estudo, comum a todas as licenciaturas. Oferece subsídios para a formação do professor pesquisador e tem como objetivo a formação geral do professor indígena para o ensino fundamental.

 

Já o segundo núcleo, também com duração de 2 anos, inclui em seus componentes curriculares dois Estágios Curriculares Supervisionados e a elaboração de uma monografia. Nesse momento, o aluno já deve ter optado, com base em todos os conhecimentos adquiridos no primeiro núcleo, por uma das 4 áreas de conhecimentos e tem por objetivo a formação do professor indígena para atuar no ensino médio.

 

Se optar pela área de conhecimento Ciências Exatas, estará apto para ministrar o ensino de Química no ensino médio. Caso opte pela área de conhecimento Ciências da Natureza, o formando estará apto a ministrar a disciplina Biologia no ensino médio.

 

A área de conhecimento Língua e Literatura forma o profissional para atuar nessas disciplinas. Já a área de conhecimento Ciências Sociais, habilitará para o ensino de Sociologia, Antropologia, História e Geografia.

 

(Kennyo Alex – Ascom/UFCG)


Data: 24/07/2009