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UFCG desenvolve projeto de robótica aérea

Trabalho poderá melhorar desempenho de aeronaves não-tripuladas

 

Seja na realização de missões perigosas nos campos de batalha ou em tarefas que envolvam riscos em atividades civis, como manutenção de linhas de transmissão, combate ao crime ou operações de busca e salvamento, é cada vez maior a utilização, nos países mais desenvolvidos, de aeronaves não-tripuladas, também conhecidas como UAV (Unmanned Air Vehicles).

 

Pequenas e ágeis, são completamente adequadas para voos em espaços confinados. Podem ser usadas para explorar ambientes urbanos; inspecionar uma área selvagem, levantando sua topografia, ou ainda, verificar a estrutura física de alguma construção.

 

“Devido ao seu porte pequeno, não carregam tripulantes ou passageiros e seu comando é feito através de radiocontrole”, esclarece o estudante Thiago Holanda, mestrando em Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). Ele desenvolve, atualmente, um trabalho em Robótica Aérea (Helimodelo em MatLab), o único realizado por uma instituição de ensino superior na Paraíba, que poderá servir para melhorar o desempenho de equipamentos do gênero. “São pouquíssimas as instituições que trabalham nesse tipo de pesquisa no país”, destaca.

 

Iniciado em março de 2007, o projeto, orientado pelo professor Antonio Marcus Nogueira Lima, da Unidade Acadêmica de Engenharia Elétrica, é um dos mais ousados e complexos da área e consiste em aprimorar ambientes de simulação de voos de helimodelos, aproximando-os ao máximo de cenários reais. Os dados serão utilizados em sistemas de piloto automático, tornando-os mais seguros e capazes de desempenhar diversas tarefas de forma autônoma.

 

A pesquisa desenvolvida na UFCG se concentra atualmente na área de modelagem computadorizada e na configuração dos sistemas das aeronaves, ou seja, num estudo físico dos movimentos e das forças que agem sobre elas, utilizando-se de fórmulas matemáticas, para, a partir dos dados coletados, projetar os controladores para o simulador.

 

Projeto pode reduzir custos em operações reais

 

Com um simulador mais próximo da realidade, será possível reduzir tempo e dinheiro, porque enquanto se está na fase de projeto, a reprodução de manobras difíceis, como a manutenção do voo ‘pairado’ ou condições adversas de decolagem e pouso, pode ser feita no ambiente seguro do computador. "Podemos repetir a manobra quantas vezes forem necessárias, sem risco material ou humano, o que não aconteceria caso os testes fossem feitos em equipamento real”, explica o mestrando.

 

Por causa do tamanho reduzido, da alta relação empuxo/peso e dos giros rápidos e largos, Thiago diz que os helimodelos conseguem ser naturalmente mais ágeis do que os helicópteros normais. Movimentos como o ‘pairado’, por exemplo, é o que diferencia o helicóptero do avião, por ficar parado no ar. Além dessa manobra, o piloto da UAV em estudo ainda pode efetuar comandos acrobáticos, como pairar invertido, ou seja, de cabeça para baixo. O “pairar invertido” não é possível em helicópteros grandes.

 

Thiago explica que há projetos de se desenvolver, futuramente, toda a instrumentação do helimodelo real que está no laboratório, além de sensores capazes de fazer o helimodelo se desviar de obstáculos durante uma trajetória.

 

(Rosângela Araújo e Kennyo Alex– Ascom/UFCG)


Data: 13/07/2009