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Estudo de pesquisadora da UFCG indica elevado índice de bócio em alunos da Paraíba

Trabalho foi publicado em periódico científico editado na Suíça

 

Um estudo sobre a variação do iodo no sal produzido no Brasil e o elevado índice de bócio em alunos da Paraíba foi publicado recentemente num dos mais importantes periódicos científicos do mundo sobre o tema, editado na Suíça pelo Conselho Internacional Para o Controle de Distúrbios Causados Pela Deficiência de Iodo (ICCIDD, na sigla em inglês).

 

De autoria da professora da Unidade Acadêmica de Medicina e diretora do Hospital Universitário da UFCG, Alana Abrantes Nogueira, e Luís Fernando Fernandes Adan, da UFBA, o trabalho alerta para a deficiência do iodo na dieta dos brasileiros e para as graves consequencias deste fato na saúde da população, como o alto índice de bócio (aumento da glândula tireóide) e do cretinismo (tipo de deficiência mental).

 

A iodação do sal no Brasil é obrigatória desde 1953. Uma pesquisa realizada em 2000, entretanto, mostrou que 88% do sal produzido no país contêm índices de iodo abaixo do recomendado.

 

No estudo realizado pela professora da UFCG foram avaliados 180 alunos de uma escola pública de Cabaceiras, na região do Cariri paraibano, selecionados aleatoriamente. “Todas as crianças foram avaliadas quanto ao volume da glândula tiróide, através de ultrassonografia e também pelo método de palpação”, explicou a médica. Amostras de urina também foram coletadas, bem como analisado o sal iodado e a água consumida em suas residências.

 

Os resultados obtidos demonstram que, apesar de apresentar um número médio normal, há ampla variação nos índices de iodação do sal utilizado pelos estudantes. “Uma das amostras, por exemplo, apresentava iodação acima de 20mg/kg de iodo, enquanto que em duas comunidades rurais o nível de iodo encontrado na água foi zero”, destacou.

 

Essa iodação desigual acaba refletindo na elevada predominância do bócio endémico no município de Cabaceiras. Os exames de ultrassonografia indicaram uma taxa de bócio de 38.3% entre os alunos da comunidade.

 

(Kennyo Alex - Ascom/UFCG)


Data: 05/06/2009