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18 DE MAIO – DIA NACIONAL DA LUTA ANTIMANICOMIAL

Por uma Saúde Mental para Todos

 

 

Profa. Dra. Francisca Bezerra de Oliveira

 

 

Este dia, 18 de maio, é marcado por amplos debates e mobilizações em todo o país, para abordar a problemática do portador de sofrimento psicossocial.

 

Em Cajazeiras – PB serão colocadas faixas nas ruas da cidade, realizados debates, caminhada, atividades culturais, distribuição de panfletos, sessão Especial Pública da Câmara Municipal, como forma de construir alianças, construir a necessária tolerância para que a sociedade possa dar continência à diversidade e desmistificar o “olhar” que vê no diferente, na pessoa com sofrimento mental uma ameaça. Será uma manifestação político/cultural, para marcar a data e fortalecer a “Luta Por Uma Sociedade Sem Manicômios”, e mostrar a necessidade de construção de uma rede de atenção em saúde mental vinculada à rede básica de saúde do município.

 

A Rede de Atenção em Saúde Mental que vem sendo construída no município de Cajazeiras – PB está fundamentada na Lei Federal 10.216 de abril de 2001. Esta Lei regulamenta os direitos dos pacientes e as internações psiquiátricas e serve como matriz normativa eficaz para mudança do modelo assistencial em saúde mental.

 

Atualmente, Cajazeiras dispõe de um CAPS II (para tratamento de transtornos mentais), um CAPSad (para tratamento de transtornos decorrentes do uso de álcool e outras drogas), e um CAPSi (para tratamento de problemas mentais de crianças e adolescentes). Será implantado ainda esse ano, o Serviço a Residencial Terapêutico - uma casa destinada a pessoas com problemas mentais com história de longas internações psiquiátricas e que perderam o vínculo com a família.

 

A realização desse evento deixa patente que pessoas e organizações podem se articular para modificar a relação da sociedade com os indivíduos que apresentam problemas mentais, formando redes sociais de cooperação e solidariedade. Os participantes autônomos dessas redes sociais, unidos por princípios éticos compartilhados, podem facilitar a produção de práticas clínicas ampliadas, políticas e culturas inovadoras, que apontam eticamente para uma sociedade mais justa, mais fraterna, mais saudável e mais inclusiva.

 

O Dia Nacional da Luta Antimanicomial representa mais um passo importante do movimento pela defesa das propostas da Reforma Psiquiátrica, na luta pela construção de uma clínica ampliada, de um cuidar mais humano, criativo e solidário que possibilite a construção vínculos terapêuticos, de responsabilização, de relações mais inclusivas e de respeito às diferenças.

 

Devemos aprender a ser, a partilhar, a comunicar, a conviver com iguais e diferentes, singulares e plurais, a ver que o outro, inclusive, o indivíduo com problemas mentais, é outro de nós.

 

Enfim, parafraseando Manoel Monteiro – Poeta Popular de Campina Grande – PB, afirmo que:

 

“ (...) Melhor do que choque elétrico

Calmante forte e prisão,

Dêem aos nossos pacientes

Afeto e compreensão,

Fechem as portas dos hospícios

Abram as do coração”.

 

 

Profa. Dra. da Unidade Acadêmica de Ciências da Vida e da Escola Técnica de Saúde de Cajazeiras do Centro de Formação de Professores (CFP) da Universidade Federal de Campina Grande.

 


Data: 18/05/2008