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Brasil sobe duas posições em ranking de produção científica e chega a 13º do mundo

Entre 2007 e 2008, a publicação de artigos em periódicos indexados subiu mais de 50% e permitiu que o país superasse Rússia e Holanda.

O ministro da Educação, Fernando Haddad, divulgou nesta terça-feira, durante sessão conjunta da ABC e da SBPC, os números da base de dados National Science Indicators (NSI), que registram o bom desempenho do Brasil no ranking mundial da produção de conhecimento.

O país apresentou, entre 2007 e 2008, o maior crescimento entre todos os países: passou de pouco mais de 19 mil para cerca de 30 mil artigos publicados em periódicos científicos indexados. Ultrapassou a Rússia e a Holanda e chegou a 13º melhor produtor de conhecimento do mundo, contribuindo com 2,12% dos artigos de 183 países. "É o maior crescimento da história do país, um feito notável da academia brasileira, que abre um novo horizonte", disse o ministro.

Haddad atribuiu o resultado principalmente à atuação dos ministérios da C&T e Educação pela melhoria de todos os níveis de ensino, com medidas como a expansão das universidades, a recuperação do valor e aumento do número de bolsas concedidas pelo CNPq e pela Capes e a valorização dos profissionais do magistério.

O presidente da Capes, Jorge Guimarães, disse que esperava que o Brasil ultrapassasse a Rússia este ano, mas não a Holanda. Para ele, se o ritmo de crescimento de publicações for mantido, é possível que em 2010 o país ganhe mais uma posição no ranking. Para entrar no grupo dos 10 maiores produtores de conhecimento, o Brasil precisar superar Coréia do Sul, com cerca de 35 mil artigos, Austrália (36,7 mil) e Índia (38,7 mil).

Os EUA lideram a lista, com 340 mil artigos publicados, seguidos da China (112,8 mil), Alemanha (87 mil) e Japão (79 mil). Completam, junto com a Índia, o ranking dos 10 melhores Inglaterra (78 mil), França (64 mil), Canadá (53 mil), Itália (50 mil) e Espanha (41,9 mil).

Apesar de comemorar o resultado, Guimarães alerta que o país ainda não cresce da mesma forma em termos qualitativos - ou seja, conforme o número de citações do artigo em outras publicações. "Com relação à qualidade estamos entre os 30 maiores, mas precisamos avançar nesse componente", avalia.

Ele ressalta ainda que é preciso enfrentar os problemas no ensino básico. "Na verdade, o avanço que fizemos na pós-graduação resulta da perversidade na educação básica, porque você pega os melhores. Temos 4.200 bolsistas no exterior e nenhum fracasso. Se a educação básica melhorar, nosso desempenho será muito maior", reflete Guimarães.

O ministro Fernando Haddad disse que os feitos da pós-graduação precisam não apenas contribuir para a melhoria do ensino básico, mas também devem ser aplicados na produção com alto valor agregado. Segundo ele, a Lei de Incentivo à Pesquisa, regulamentada no ano passado, pode ser um mecanismo importante nesse sentido.

"Essa lei, que começa a sair do papel, tem o objetivo primordial de traduzir esse conhecimento em aumento da produtividade e do valor agregado de nossa produção, tanto para consumo próprio como para exportação", observou Haddad.

O ministro informou que o investimento no primeiro ano de vigência plena da lei foi de R$ 20 milhões. "Nossa expectativa é chegar à cifra de R$ 150 milhões em renúncia fiscal para este fim específico", disse Haddad, que participou da sessão ao lado dos presidentes da ABC, Jacob Palis, e da SBPC, Marco Antônio Raupp.


Data: 06/05/2009