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Biblioteca infinita para tesouros nacionais

Brasil é um dos fundadores de site com documentos de todo o mundo que será lançado terça-feira na Unesco

O Brasil é um dos fundadores da nova Biblioteca Digital Mundial, que será lançada na próxima terça-feira, na sede da Unesco em Paris. O presidente da Biblioteca Nacional, Muniz Sodré, que trabalha ativamente no projeto, conseguiu inclusive que o portal, que tem como objetivo pôr à disposição de pesquisadores, gratuitamente e em alta definição, documentos, imagens e obras raras dos países participantes, tenha o português como uma de suas línguas oficiais - isso embora o português não seja uma língua oficial da ONU.

A Biblioteca do Congresso, dos EUA, junto com instituições de Egito e Rússia e da Biblioteca Nacional, apresentou o protótipo do projeto em 2007, em Paris. Na terça-feira, será lançado para valer, com a participação de 32 instituições de cerca de 20 países como China, França, Israel, Sérvia, Suécia e Uganda (além dos países do núcleo inicial).

O endereço eletrônico é http://www.worlddigitallibrary.org.

- Não é uma biblioteca ao estilo Google. Ela vai se abrir para os tesouros nacionais de cada país. Prevê a digitalização de fotos, mapas etc. A Biblioteca Digital chegou a funcionar de forma provisória dentro do site da Biblioteca de Alexandria. Cada instituição entra com o que considera representativo do país. É uma concepção nova de biblioteca, com a exposição do patrimônio visual e audiovisual dos países - conta Muniz, que tem viagem prevista hoje para Paris, onde deve participar da solenidade de inauguração.

O Brasil escolheu digitalizar, nesta primeira fase, 1.500 mapas raros do século XVI ao século XVIII. Além disso, põe à disposição 42 álbuns, com cerca de 1.200 fotografias, da preciosa coleção D. Thereza Christina Maria, doada à Biblioteca Nacional por D. Pedro II.

- No futuro, sabemos que o papel vai conviver com o digital, mas, nesta primeira etapa, a Biblioteca Digital ainda não terá livros em oferta. Este ainda é um grande problema, a não ser que sejam obras em domínio público - afirma Muniz.

Os documentos disponibilizados pela Biblioteca do Congresso, a principal instituição a participar do projeto, integram o National Archives and Records Administration (Nara), que põe no site documentos como a Declaração de Independência dos EUA, a Constituição americana, fotos das guerras da Guerra Civil etc. São documentos que já podem ser acessados pela internet, mas que agora ganharão um novo endereço na rede. Outros documentos são películas de filmes dos irmãos Lumière e manuscritos do Egito Antigo.

No lançamento do site, será debatido, também, o futuro do projeto, ou seja, como cada instituição deverá colaborar para a manutenção e acréscimo do acervo.


(O Globo, 18/4)


Data: 20/04/2009