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Senador Cristovam Buarque pede apoio de universidades à educação básica

"Questão que se coloca é a de como as universidades podem se transformar em um instrumento em favor da educação de qualidade para todos", diz o parlamentar

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) pediu nesta quarta-feira (15) que as universidades federais envolvam-se no movimento em defesa de uma educação básica de qualidade para todos. Somente com alunos que tiveram uma boa formação prévia, disse ele, as universidades poderão se dedicar com sucesso à tarefa de criação de conhecimento, tão necessária - como recordou - para o crescimento econômico do país.

- O grande salto da universidade ocorrerá quando todos os seus alunos tiverem tido um ensino médio de alta qualidade. Não há grande cientista que tenha começado a estudar matemática aos 15 anos de idade. A grande questão que se coloca é a de como as universidades podem se transformar em um instrumento em favor da educação de qualidade para todos - disse Cristovam, durante audiência pública promovida pela Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT).

Durante o debate, Cristovam elogiou a engenharia brasileira pela criação de aviões de sucesso, produzidos pela Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer). Mas observou que boa parte dos equipamentos desses aviões ainda é importada. Ele utilizou o exemplo ao sugerir que o Brasil promova um "salto na indústria do conhecimento".

Em resposta, o reitor da Universidade Federal de Minas Gerais, Ronaldo Pena, lembrou que os projetos dos aviões da Embraer - embora eles tenham equipamentos importados - são brasileiros. Ele ressaltou ainda o fato de que o Brasil possui uma indústria própria de aviões, mas não conta com uma indústria verdadeiramente nacional de automóveis. Isto porque, como observou, antes da Embraer foi criado o Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), que formou os técnicos depois empregados pela Embraer.

Pena lamentou, por outro lado, a existência de entraves burocráticos à realização de pesquisa no Brasil. Muitas vezes, relatou, os pesquisadores precisam de um tipo específico de reagente, mas as universidades esbarram na lei de licitações no momento em que tentam adquirir o produto.

- Precisamos definir se vamos ou não ser protagonistas no mundo, se vamos só importar ou também gerar tecnologia. Devemos ter uma legislação que leve em conta a dinâmica da ciência, da tecnologia e da inovação - sustentou Pena.

Presidida pelo senador Lobão Filho (PMDB-MA), a audiência foi realizada - a pedido de Cristovam e dos senadores Flexa Ribeiro (PSDB-PA), Flávio Arns (PT-PR) e Eduardo Azeredo (PSDB-MG) - para se debater a situação das fundações de apoio às universidades e o futuro do gerenciamento de ciência e tecnologia no Brasil.


(Agência Senado)


Data: 16/04/2009