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Restos de colisão espacial serão ameaça por 10 mil anos

Até mesmo um fragmento minúsculo, de 1 cm, pode danificar ou mesmo destruir uma nave, porque ambos viajam a velocidades altíssimas

A colisão de dois satélites na última terça-feira gerou dezenas de milhares de fragmentos de lixo espacial que podem ameaçar outros satélites ao redor da Terra pelos próximos 10 mil anos, segundo especialistas afirmaram ontem, em Moscou.

O chefe de Controle de Missões da Rússia, Vladimir Solovyov, disse que a trombada entre um satélite militar russo defunto e um satélite comercial americano Iridium ocorreu na parte mais movimentada do espaço próximo, a altitude de cerca de 800 km acima da Terra.

"Essa é uma órbita muito popular, usada por satélites de comunicações e de observação da Terra", disse Solovyov. Um deles é o satélite sino-brasileiro Cbers-2B, que monitora o desmatamento na Amazônia e está a 778 km de altitude. "As nuvens de destroços representam uma ameaça séria."

Solovyov disse que os fragmentos da colisão poderiam permanecer em órbita por até 10 mil anos, e até mesmo um fragmento minúsculo, de 1 cm, pode danificar ou mesmo destruir uma nave, porque ambos viajam a velocidades altíssimas.

"No contato físico a velocidades orbitais, uma onda de choque hipersônica explode as estruturas", disse o consultor aeroespacial americano James Oberg. "Ela transforma o material em confete e detona os combustíveis", disse.

A maioria dos fragmentos se concentra perto do curso de colisão, mas alguns fragmentos foram atirados em outras órbitas, variando de 500 km a 1.300 km de altura.

 

(Folha de SP, 14/2)


Data: 16/02/2009