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Quase metade das vagas de vestibular não são ocupadas

Censo do Ensino Superior aponta ainda queda do número de IES criadas

 

Mais de um milhão de vagas oferecidas por instituições públicas e privadas de Ensino Superior não foram preenchidas pelos vestibulandos em 2007. No total, das 2.511.002 vagas abertas nos vestibulares daquele ano (2.216.977 pelas privadas e 294.025 pelas públicas), somente 1.349.065 foram ocupadas. Isso significa que 1.161.937 bancos universitários permaneceram vazios depois de aplicados os processos seletivos, o que representa 46,27% das vagas não preenchidas por meio dos vestibulares. Os dados são do Censo da Educação Superior 2007, realizado pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) do MEC (Ministério da Educação).

 

A maioria esmagadora das vagas não preenchidas nos vestibulares de 2007 pertence a Instituições de Ensino Superior privadas, no total são 1.136.427. Já as Instituições de Ensino Superior públicas respondem por 25.510 postos não ocupados. De acordo com a pesquisa, em 2007, 4.800.438 pessoas prestaram vestibular. Com 2.511.002 vagas oferecidas em todo o País, havia índice de 1,91 candidatos para cada vaga oferecida. Ou seja, quase metade dos concorrentes poderia ficar de fora dos bancos acadêmicos. Mas o levantamento apontou que número superior a esse permaneceu fora do Ensino Superior. Se for descontada a quantidade de vagas não ocupadas do total de vagas oferecidas em todo o Brasil, a relação sobe para 3,55 candidatos por vaga.

 

Em 2007, havia 173.514 vagas a mais do que no ano anterior, o equivalente a um crescimento de 7% do número de vagas oferecidas nos vestibulares brasileiros. No entanto, a quantidade de vagas não preenchidas cresceu 13%, o que nos leva a um crescimento real de apenas 36.350 vagas no sistema. Pouco se considerarmos o crescimento individual de cada campus e o fato de 11 novas instituições terem surgido no período.

 

A reduzida evolução na quantidade de instituições criadas reflete a desaceleração do crescimento do setor. Entre 1997 e 2007, 1.381 instituições foram criadas, o que representa crescimento de 153,44% no período. De 2006 para 2007, no entanto, o índice foi de apenas 0,48%, significativamente menor do que o constatado no período anterior, entre 2005 e 2006, quando o crescimento, já em desaceleração, foi de 4,85%. O censo revelou que, percentualmente, nos últimos dois anos o setor privado cresceu menos que o público. Entre 2005 e 2006, o setor privado cresceu 4,55%, enquanto o setor público registrou alta de 7,36%. Em 2007, apenas uma instituição pública foi criada, enquanto o setor privado abriu 10 instituições, o que aponta para a criação de mais vagas em instituições que já existiam.

 

Com relação à quantidade de matrículas - considerando alunos de todos os anos -, a desaceleração também é evidente. O crescimento de 4,36% em relação a 2006 foi o menor dos últimos dez anos. Em todo o período, a alta foi de 81,14%. Enquanto o setor privado cresceu menos do que em anos anteriores - 6,33% em 2006 e 4,96% em 2007 - o setor público experimentou uma leve elevação nos últimos dois anos - 1,18% em 2005, 1,44% em 2006 e 2,62 em 2007.

 

(Portal Universia)


Data: 04/02/2009