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Escola pública terá carteira digital

Equipamento foi testado em cidade do interior de São Paulo e, no próximo ano, será enviado a todas as capitais

 

A Secretaria de Ciência e Tecnologia para a Inclusão Social (Secis) do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) promete ampliar o uso da carteira digital na rede pública de ensino. Segundo o secretário Joe Valle, a meta é que em 2009 cada uma das capitais brasileiras tenha uma sala com ao menos 30 carteiras.

 

A carteira digital é do mesmo tamanho de uma convencional, com teclado e mouse individuais. Cada uma tem seu tablet, superfície de vidro coberta por um filme condutor de eletricidade que permite ao aluno desenhar, escrever, acionar comandos e menus com uma caneta interativa. O monitor de LCD tem 15 polegadas e pode ficar na vertical, horizontal ou posições intermediárias.

 

A tecnologia foi testada este ano em Serrana (SP), onde atualmente 150 alunos da rede pública municipal usam o equipamento na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Maria Celina Walter de Assis. O MCT destinou R$ 2,5 milhões para a prefeitura e para convênios com o Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI), em Campinas, e a Associação Brasileira de Informática (Abinfo).

 

Segundo o diretor de Projetos e Desenvolvimento Econômico da prefeitura de Serrana, Miguel João Neto, o município recebeu um total de 300 carteiras, mas as demais 150 não estão em operação porque não estão adaptadas.

 

Valle diz que São Vicente (SP) será a próxima cidade beneficiada e terá R$ 1 milhão para investir nos equipamentos. "Temos três protótipos em São Vicente e isso poderá ser ampliado. Também teremos uma sala-modelo no MCT em Brasília, com 20 computadores, em janeiro, e queremos levar a tecnologia para todas as capitais."

 

Experiência de sucesso

 

Em Serrana, um mesmo processador serve cinco carteiras, mas as crianças interagem individualmente. "Esperamos que isso torne o processo educacional mais eficaz", diz a professora Angélica Vale, da Emef Maria Celina. Segundo o pesquisador Victor Mammana, a tecnologia permite que o aluno tenha a sensação de escrever no monitor.

 

O objetivo da carteira digital não é a substituição total dos materiais convencionais. "Queremos integrar as ferramentas educacionais da melhor forma", explica o diretor Miguel João Neto. Segundo ele, cinco salas usam o equipamento e internet de banda larga desde setembro. O projeto prevê ampliação para 41 em 2009. "A prefeitura já disponibilizou 500 móveis para adaptar a carteira. As escolas receberão lousas digitais. E para as unidades que não poderão ser contempladas, teremos o B-Del, um auxiliar eletrônico com computador, DVD, home theater e wireless."

 

Mammana diz que o tablet foi desenvolvido há 25 anos. A tecnologia foi testada na USP em equipamentos para tratar crianças com deficiência, usada em testes com urnas eletrônicas e por um grupo de psicologia experimental que trabalhou com motricidade humana. Na configuração de carteira digital, é uma inovação. Os pesquisadores estudam agora a capacidade de armazenamento do equipamento, que deve passar de protótipo a produto em 2009.

 

(O Estado de SP, 21/12)


Data: 23/12/2008