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“É dever de toda a comunidade preservar a instituição e construir seu futuro”, afirma vice-reitor reeleito

Edílson Amorim aponta metas prioritárias do novo mandato e lamenta o rebaixamento do debate acadêmico durante a eleição

 

Diferente do que acontece em algumas administrações federais, estaduais e municipais, o cargo de vice-mandatário na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) não representa, apenas, uma figura simbólica na hierarquia administrativa ou um eventual substituto do dirigente. O vice-reitor Edilson Amorim participa, ativa e diretamente, do cotidiano da gestão. Exerce, também, a função de pró-reitor de Assuntos Comunitários, com a atribuição, entre outras, de desenvolver políticas voltadas aos estudantes. Em sua atuação consta que foi um dos que mais contribuíram para a discussão e a construção da proposta Reuni da UFCG.

 

Discreto, observador, ponderado e cauteloso são alguns dos adjetivos que podem descrever o vice-reitor reeleito da UFCG. Edilson é reconhecido pela sua habilidade de reunir os elementos de determinada discussão e produzir explicações que resultam em uma releitura de situações conflituosas, contribuindo, dessa forma, para conduzir as decisões a um bom termo.

 

Ao fazer uma análise da consulta à comunidade universitária que o reelegeu, juntamente com o reitor Thompson Mariz, Edilson considerou o processo bem discutido: “muito mais do que o anterior”. Na sua análise, a primeira eleição na UFCG teve pouca discussão em torno das regras, embora tenha sido pautada desde o início do mandato pro tempore, “com a cobrança constante das entidades representativas dos três segmentos da comunidade universitária”.

 

“Neste pleito, tinha-se um mês referencial para realização da consulta: novembro. Desde março passado, as discussões começaram em torno da resolução que balizaria o processo”, disse, enfatizando que, “durante quase o ano inteiro, o Colegiado Pleno do Conselho Universitário discutiu o processo eleitoral. Porém, essa discussão foi interrompida, depois do questionamento da Procuradoria Federal da UFCG e da recomendação do Ministério Público Federal sobre a paridade, iniciando-se uma contenda desnecessária na justiça.”

 

Deslocamentos do processo

 

“Já na construção das candidaturas, o processo foi bem diverso; embora diferentes em sua formação, ambas as chapas se constituíram de forma legítima e com discussões no interior de cada grupo”. Para Edilson, a tarefa da administração era avaliar os quatro anos de gestão e buscar identificar o apoio da comunidade à proposta de reeleição. “Identificado essa concordância, elaboramos a nossa carta-programa de forma a contemplar uma avaliação dos quatro anos e a atender ao maior número de demandas e de propostas para o próximo período”.

 

 A oposição, para ele, embora tenha utilizado a democracia “da discussão e do manifesto público, para agregar os que discordam da gestão atual, promoveu o rebaixamento do debate acadêmico e a descaracterização do pleito: “a oposição não foi apenas discordante e adversária; ao contrário, patrocinou um confronto despropositado, no campo da avaliação pessoal e no terreno da disputa judicial”.

 

“Do registro das candidaturas à campanha propriamente dita, o processo tomou uma dimensão despolitizante, em que a oposição desviou o discurso do campo acadêmico para o ataque direto e até pessoal que, como conseqüência, levou a disputa ao campo da Justiça. Esse deslocamento de foco, segundo o vice-reitor, foi responsável pela baixa contribuição ao debate de políticas acadêmicas na medida em que deslocou a expectativa da comunidade para a solução do embate jurídico”.

 

Sintonizando programas

 

Reestruturar o campus Campina Grande, implantar o Reuni e dar continuidade à expansão foram apontadas como metas basilares. “A ampliação da assistência estudantil, a modernização dos laboratórios, a ampliação dos projetos de extensão e a discussão de novas políticas de acesso e de permanência compõem nossa principal preocupação”.

 

Lição deste tempo

 

“Tenho dito, em mais de uma ocasião que, quando uma eleição está em jogo, toda inocência desaparece; tenho a confiança, no entanto, de que o lugar da inocência perdida seja compensado com o máximo de honestidade de propósito e de sobriedade nos gestos de cada um de nós. Isto porque, a partir de agora, a gestão é de todos: se do passado recente ainda resvala alguma farpa no presente, isso não deve acontecer daqui por diante”, disse, destacando o dever de toda a comunidade de preservar a instituição e de construir o seu futuro.

 

(Marinilson Braga - Ascom/UFCG)


Data: 25/11/2008