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Enade não será mais só para sorteados

A partir de 2009, o Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes) irá examinar todos os universitários no começo e no fim do curso, e não só uma amostra selecionada por sorteio, como ocorre hoje.

 

De acordo com Reynaldo Fernandes, presidente do Inep --instituto do Ministério da Educação que realiza a prova--, a mudança era uma reivindicação das universidades e está sendo feita para dar mais "credibilidade" ao exame.

 

Ele aponta também que a universalização diminui a margem de erro na nota de cada instituição. Rechaça, porém, que a amostragem trouxesse distorções significativas.

 

A mudança abre caminho para a adesão da USP ao Enade, já que esse era um dos motivos apontados pela universidade, em conversas com representantes do governo federal, para não participar da avaliação.

 

A universidade participava do Provão, avaliação universal criada no governo FHC e substituída pelo Enade.

 

Por ser estadual, a USP não é obrigada a aderir a uma avaliação do MEC. A Unicamp também não participa.

 

Segundo o presidente do Inep, o maior entrave à universalização do Enade era o custo, cerca de 30% maior em relação ao do exame por amostragem.

 

A prova avalia calouros e formandos de um terço das áreas de conhecimento, a cada ano. Neste ano, alunos dos cursos de arquitetura, biologia, ciências sociais, computação, engenharia, filosofia, física, geografia, história, letras, matemática, pedagogia e química fizeram a prova. O custo foi de R$ 25 milhões, com uma amostra de aproximadamente 60% dos estudantes de ensino superior.

 

Em 2009, serão examinadas as áreas de administração, arquivologia, biblioteconomia, biomedicina, ciências contábeis e econômicas, comunicação, design, direito, formação de professores, música, psicologia, secretariado, teatro e turismo. Os gastos deverão ser ainda maiores, segundo Fernandes, devido ao grande número de cursos de direito e de administração.

 

O aluno que não participar do Enade não terá direito a diploma, já que o exame é um dos componentes curriculares obrigatórios do ensino superior. Para se regularizar, o formando terá que ter sua justificativa de ausência aceita pelo Inep, ou refazer a parte geral da prova do ano seguinte ou, por fim, a prova da área de conhecimento de seu curso três anos depois --apenas a última opção vale também para os calouros.

 

(Folha de SP)


Data: 20/11/2008