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Projeto da UFCG gera renda no Semi-árido

Após ter acesso à água potável, comunidade de São João do Cariri prepara-se para comercializar peixes, spirulinas e produtos hidropônicos.

 

Oitenta famílias da comunidade de Uruçu, em São João do Cariri, na região semi-árida da Paraíba, começam a colher os frutos (tomates) e verduras (alfaces) do projeto Água: fonte de alimento e renda – uma alternativa sustentável para o semi-árido da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) em parceira com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e a Fundação Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras (Certi), de Florianópolis-SC, com financiamento da Petrobras.

 

Após ter acesso, pela primeira vez, à água potável com a instalação de um dessalinizador, a comunidade se dedica à hidroponia – sistema de cultivo dentro de estufas no qual o solo é substituído por uma solução de água com nutrientes – numa produção expressiva que atinge mensalmente seis mil pés de alface e cerca de 230 kg de tomate. Além da comercialização destes produtos, as famílias terão ainda outra alternativa de renda com a comercialização de tilápias, cuja produção atual chega a 5 mil peixes, e de spirulina, microalga que o Brasil atualmente importa.

 

A expectativa do coordenador Kepler França, do Laboratório de Referência em Dessalinização (Labdes), da UFCG, é de que até o final deste ano as famílias consigam consolidar os processos produtivos e de comercialização, possibilitando o desenvolvimento de um modelo sustentável e replicável para a região, cujos resultados permitam que as comunidades beneficiadas explorem economicamente os produtos e tenham uma melhor qualidade de vida. “Essa tecnologia e gestão ambiental, econômica e social, podem chegar a outras localidades. Só no Semi-árido, são mais de três mil dessalinizadores instalados, cujo concentrado não é aproveitado, sendo devolvido ao solo, prejudicando o meio ambiente”.

 

Dessalinização

 

Antes da instalação do dessalinizador - uma das primeiras etapas do projeto -, as famílias de Uruçu não tinham acesso à água potável. Sobreviviam do que era coletado por meio de cisternas, quando chovia, ou do abastecimento, irregular, por carros-pipas. Agora, cada uma dispõe de 5 mil litros/mês de água subterrânea dessalinizada com tecnologia da Universidade Federal de Campina Grande.

 

Benefícios da hidroponia

 

Uma plantação hidropônica apresenta vantagens em relação à agricultura tradicional, com um produto mais balanceado em termos de nutrientes, sem uso de agrotóxico. Este sistema de cultivo não sofre interferências climáticas já que os produtos ficam numa estufa em calhas com água. Por meio dela, por exemplo,a alface fica mais viçosa permitindo o aproveitamento de todas as suas folhas - que duram mais de uma semana, enquanto a produzida de forma tradicional, em média, chega a dois dias. Na produção hidropônica, reduz-se a incidência de doenças sobre as plantas, pois elas não entram em contato com a terra.

 

(Marinilson Braga – Ascom/UFCG, com dados de Ana Carolina Vilela - Assessoria de Imprensa da Fundação CERTI)


Data: 29/08/2008