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Educação do campo recebe 24 projetos

Todas as regiões do país, especialmente o Nordeste, manifestaram ao Ministério da Educação interesse em abrir cursos de licenciaturas em educação do campo. Das 24 propostas apresentadas por instituições de ensino superior públicas – federais, estaduais e municipais –, 13 são da região Nordeste, justamente onde há maior carência de professores capacitados para trabalhar nas escolas rurais. O Norte é segunda região que mais precisa de professores do campo.

 

Dos planos de trabalho inscritos na Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad), 13 são de instituições federais de ensino superior e 11 são estaduais e municipais. Em Pernambuco, por exemplo, a Associação das Instituições de Ensino Superior do Estado (Assiespe) reuniu cinco autarquias que trabalham com educação superior e apresentou um projeto coletivo que prevê a oferta de cursos em Arco Verde, Araripe, Belo Jardim, Salgueiro e Serra Talhada. Os 24 projetos inscritos passam agora por análise e seleção na Secad.

 

Pelo Programa de Apoio à Formação Superior em Licenciatura em Educação do Campo (Procampo), o Ministério da Educação vai repassar às instituições selecionadas R$ 4 mil por aluno por ano, durante quatro anos. Os recursos poderão ser utilizados de diversas formas, entre elas, para hospedagem e alimentação dos estudantes, criação de acervos bibliográficos específicos, custeio de despesas dos tutores. A oferta das licenciaturas em educação do campo deve ter como base o projeto piloto que está sendo testado pelas universidades federais de Brasília (UnB), Minas Gerais (UFMG), Bahia (UFBA) e Sergipe (UFSE), pioneiras nesse tipo de formação.

 

O modelo básico do curso – tempo de duração, currículo e regime de alternância – deve ser seguido pelas universidades que vão participar da expansão da educação do campo. O curso será de quatro anos, desenvolvido em oito etapas semestrais. A formação se alterna em etapas presenciais denominadas Tempo-Escola, que acontece em regime intensivo, num período que varia de 40 a 60 dias por semestre, e fases em que os alunos aplicam a teoria à prática, desenvolvem pesquisas ou mobilizam a comunidade onde residem e trabalham, que são chamadas Tempo-Comunidade. A licenciatura em educação do campo articula conhecimentos teóricos e prática.

 

Concorrentes

 

Da região Norte participam do processo de seleção as universidades federais de Rondônia (UFRO) e do Amapá (UFAP) e o Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) do Pará; da região Sudeste, as universidades federais do Espírito Santo (UFES) e dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM/MG) e a Universidade Estadual de Montes Claros (MG); da região Sul, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e as universidades estaduais do Centro-Oeste e do Oeste do Paraná; do Centro-Oeste, a Universidade de Brasília (UnB); da região Nordeste, as universidades federais de Alagoas (UFAL), Maranhão (UFMA), Piauí (UFPI), Paraíba (UFPB), Rural do Semi-Árido (Ufersa/RN), do Vale do São Francisco (Univasf/PE); as estaduais de Pernambuco (UPE), do Ceará (UCE), de Alagoas (UEAL), da Bahia (Uneb), Regional do Cariri (CE).  Pernambuco apresentou três propostas de instituições municipais, sendo dois consórcios: a do Centro de Ensino Superior do Vale do São Francisco; a da autarquia de Afogados da Ingazeira, em parceria com a Faculdade de Formação de Professores de Afogados da Ingazeira, e a da Assiespe, que reúne cinco instituições municipais.

 

(Ionice Lorenzoni - MEC)


Data: 11/08/2008