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Atividade depois da aula junta diversão e aprendizado

Construir um carrinho, um minirrobô ou um aviãozinho. Do início ao fim. É assim que alunos de escolas de engenharia passam horas a mais nas faculdades. Em outros cursos, como jornalismo, os alunos desenvolvem jornais-laboratório. Na Faculdade de Direito da USP, os estudantes se reúnem na Academia de Letras para discutir literatura.

 

Em cada curso e em cada faculdade, existem diferentes opções de atividades extracurriculares -como o nome indica, aquelas que não estão no currículo da graduação, ou seja, que não são obrigatórias. Basta querer para fazê-las.

 

"Não são obrigatórias, mas todo professor de faculdade aconselha os alunos a fazer", diz José Roberto Cardoso, vice-diretor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.

 

"Não valem nota nem crédito, mas a experiência com que o aluno sai de lá é maravilhosa", diz Cardoso. Segundo ele, é a oportunidade para o universitário colocar em prática o que aprende nas aulas. "Nós incentivamos, para que o aluno tenha uma formação diferenciada da do estudante que ficou só com o que aprendeu em sala."

 

Foi o que fez o terceiranista Rodrigo Okamoto, 21. Já no primeiro ano da Poli entrou para o grupo de robôs e de aerodesign. Hoje, ele continua no de aerodesign, ao qual se dedica cerca de 20 horas semanais. "Tem muita coisa que eu vejo nas aulas que aplico quando monto um projeto", diz ele, que usa os ensinamentos de mecânica dos sólidos, por exemplo, para calcular a estrutura dos aviões.

 

E tem o outro lado. Segundo Delso Zanata Filho, 22, colega de Rodrigo que participa do grupo de minirrobôs, "há muita coisa que se aprende nos grupos que depois é dada no curso, e aí fica mais fácil de entender".

 

"O currículo só do curso não dá conta de tudo o que o aluno deve saber", afirma Kátia Godoy, coordenadora do curso de artes cênicas da Unesp. "E os alunos que saem mais preparados são os que fazem atividades extracurriculares." Em artes cênicas, eles podem enriquecer a formação com, por exemplo, dança. Neste mês, um grupo da faculdade se apresentou no Sesc, em São Paulo.

 

Os alunos do curso de comunicação do Mackenzie costumam ficar na fila para conseguir uma vaga na TV Mackenzie, feita por graduandos com orientação de professores.

 

Segundo Daniel de Thomaz, coordenador-geral da televisão, cerca de 40 alunos se interessam pelo programa por mês. "Aqui eles aprendem a escrever um bom texto para TV, noções de reportagem, edição, tudo o que se faz numa emissora."

 

Na FEI, os alunos podem fazer cursos gratuitos nas férias e participar da empresa júnior, "o que é um grande pulo para conseguir emprego", segundo a vice-reitora, Rivana Basso.

 

(Folha de S.Paulo)


Data: 07/05/2008