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Universidades terão 358 mil novas vagas até 2012

Das novas matrículas oferecidas pelo Reuni em todo o país, mais da metade será destinada a cursos noturnos

 

O número de vagas oferecidas anualmente pelas universidades federais deverá aumentar 52% até 2012, caso sejam atingidas as metas do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni). O programa foi lançado ontem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e 53 reitores, em cerimônia no Palácio do Planalto. Com isso, o número de vestibulandos aprovados anualmente nas federais de todo o país subirá de 149 mil, este ano, para 227 mil, em 2012.

 

Ao todo, 1.082.239 estudantes deverão estar matriculados nas 53 instituições. Hoje, são 723.553. Ou seja, em cinco anos, as universidades federais terão 358 mil vagas a mais.

 

Nas federais do Rio, 131 novos cursos, 36 deles na UFRJ

 

Nas quatro universidades federais do Rio, serão criados 131 cursos. Na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a maior federal do país, o salto será de 6.625 para 9.965 calouros por ano, com a criação de 36 cursos e investimento de R$ 195 milhões. A UFRJ enfrentou resistências de estudantes e professores contrários à adesão ao programa.

 

— Havia certa incompreensão sobre a natureza do programa.

 

Todos queriam a expansão, a reestruturação, mais cursos noturnos. Ficou provado que discutimos e aprovamos um programa que nós elaboramos, não foi um programa que veio pronto. A autonomia foi plenamente respeita — disse o reitor Aloisio Teixeira.

 

Das novas vagas do Reuni em todo o país, mais da metade será destinada a cursos noturnos.

Ou seja, de 78.218 vagas a mais que serão oferecidas a partir de 2012, 40.504 serão para estudar à noite.

 

Ainda que a maior parte das novas vagas atenda quem quer estudar à noite, o total de novos alunos nas universidades continuará sendo majoritariamente de estudantes para cursos diurnos, ao contrário do que ocorre nas instituições particulares. Dos 227 mil calouros em 2012, apenas 79.215 freqüentarão cursos noturnos.

 

— Temos instalações ociosas em universidades com nenhum ou poucos cursos noturnos.

 

Mas cada universidade, com a sua autonomia, teve o direito de planejar. E muitas optaram pela criação de novos cursos diurnos — disse o presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), reitor Arquimedes Ciloni.

 

O investimento do governo atingirá R$ 2 bilhões nos próximos quatro anos, até 2011. Em contrapartida, governo vai cobrar maior produtividade, com ampliação das matrículas, especialmente as noturnas; aumento do número de alunos por professor (de 12 para 18); e elevação do percentual de concluintes, de 60% para 90%, combatendo a evasão.

 

UFF receberá R$ 86 milhões e abrirá 55 cursos A Universidade Federal Fluminense (UFF) vai receber R$ 86 milhões, com a criação de 55 cursos a mais. A Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) ganhará R$ 32,3 milhões para criar 28 cursos. Já a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio) terá R$ 37,5 milhões a mais para oferecer 12 novos cursos.

 

Lula enviou para o Congresso projetos de lei em regime de urgência propondo a contratação de 45 mil professores e servidores técnico-administrativos durante o Reuni. Esse número contempla tanto a expansão das universidades quanto das escolas técnicas federais. O governo quer contratar 13 mil professores e 10 mil servidores técnico-administrativos para as universidades.

 

A proposta prevê ainda a criação de 900 cargos comissionados, que, segundo o Ministério da Educação, costumam ser preenchidos por professores concursados.

 

O ministro Fernando Haddad cobrou pressa do Congresso.

 

Ele quer a aprovação dos projetos até 15 de abril para que os concursos possam ser realizados ainda este ano.

 

Haddad lembrou que apenas 12% da população brasileira de 18 a 24 anos estão na faculdade, a maioria em instituições particulares: — Isso só se resolve com a expansão da universidade pública.

 

Enquanto houver espaço para o setor privado avançar, ele vai avançar, porque existe garantia constitucional para que exerça uma função que o Estado não está exercendo.

 

São ações como o Reuni que mudam a feição do sistema.

 

(O Globo)


Data: 14/03/2008