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Ministro da Educação defende diálogo entre instituições e União para formar professores

Diretores de faculdades de educação de instituições federais de ensino superior e da Universidade Estadual de Santa Catarina foram ao Ministério da Educação para discutir a criação de um sistema nacional de formação de professores.

De acordo com o ministro Fernando Haddad, a União precisa assumir a função de formar professores a partir dos cursos de licenciatura e pedagogia das universidades públicas.

Para isso, é fundamental criar um ambiente de diálogo e uma relação estreita entre a educação básica e a educação superior, além de investir no regime de colaboração entre as esferas municipal, estadual e federal de governo.

O ministro chamou a atenção para a pequena proporção entre professores formados pelas universidades públicas e aqueles que lecionam nas escolas públicas de educação básica.

Na visão de Haddad, é necessário investir numa mudança de postura para que a profissão de professor seja encarada como uma carreira de estado, estratégica para o país. "Financiamento, gestão e avaliação da educação são fundamentais. Mas nada disso adianta se não houver formação de professores", enfatizou.

Além de criar uma ponte entre educação superior e básica e estreitar os laços entre as esferas de governo, o sistema de formação do professor deve estar voltado à realidade do aluno, lembrou a secretária de educação básica, Maria do Pilar Lacerda.

"O que se ensina ao professor e o que o professor ensina na sala de aula precisa estar relacionado à realidade da escola de hoje", ressaltou ela.

De acordo com a secretária, os professores são formados hoje seguindo o mesmo modelo da década de 60. "As disciplinas básicas e as ensinadas pelas faculdades de educação não conversam entre si", apontou. Assim, o aluno das licenciaturas e da pedagogia, ao se deparar com uma realidade de trabalho para a qual não foi formado, logo desiste da carreira na escola pública.

Para o ministro, o sistema nacional de formação deve levar em conta o desenvolvimento de um ambiente institucional para que a juventude volte a considerar a profissão atrativa. Segundo Haddad, enfrentar o problema é urgente e a formação de professores não pode esperar por um programa ideal.

"Precisamos usar bem o que temos de melhor agora", destacou.

Sugestões - Diretores das faculdades de educação das universidades federais de Minas Gerais, São João Del Rei (MG), Alagoas, Santa Catarina, Espírito Santo, Juiz de Fora (MG), Rural do Rio de Janeiro, Paraná, Pernambuco, além dos diretores das faculdades de educação da Universidade Estadual de Santa Catarina e da Universidade de Brasília participaram do debate.

Eles sugeriram, entre outras ações, que o futuro sistema de formação valorize o trabalho de extensão universitária e que o MEC estimule uma maior interlocução entre as universidades e as secretarias de educação estaduais e municipais.

O ministro pretende criar até maio uma agenda de diálogos com representantes de universidades públicas responsáveis por programas de formação. É quando haverá um seminário para tratar, entre outros assuntos, da relação das universidades com os Planos de Ações Articulados - que apresentam medidas para melhorar a qualidade do ensino, com base em diagnóstico das redes municipais - e a formação de professores.

(Maria Clara Machado, da Assessoria de Comunicação do MEC)


Data: 26/02/2008