Eles irão operar um dessalinizador instalado pela universidade na Vila de Sucuriju

Está sendo ministrado na UFCG, durante toda esta semana, um curso de capacitação para operadores de sistemas de dessalinização via osmose inversa. Os únicos cinco alunos inscritos viajaram quase 2 mil quilômetros exclusivamente para participar da atividade. Dois são representantes da Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia do Amapá (SETEC), um é membro da Companhia de Água e Esgoto do Amapá (CAESA) e dois são moradores da Vila de Sucuriju.

No final do ano passado, uma equipe da UFCG embarcou com destino à longínqua comunidade, no extremo leste do Amapá, com a missão de ali instalar um sistema de dessalinização. Os cerca de 700 moradores do lugar estava ameaçados com a falta de água potável devido às alterações do nível das marés, que tornaram salobras as águas do rio que banha a localidade. “Os moradores dependiam exclusivamente da coleta de água da chuva, armazenada em cisternas”, explica o professor Fernando Almeida, do Laboratório de Referência em Dessalinização (Labdes) da UFCG, onde o sistema foi desenvolvido.

“Através do curso de capacitação, os técnicos amapaenses e os moradores da vila estarão aptos a solucionar quaisquer problemas que venham a surgir no dessalinizador”, afirma Almeida. A idéia é garantir a autonomia, visto que se trata de um local de difícil acesso. Em dezembro, a equipe da UFCG enfrentou três dias de viagem em plena floresta, navegando pelos rios da região.

Com capacidade para filtrar dois mil litros de água por hora, o equipamento é alimentado por um sistema híbrido que inclui a geração de dois tipos de energia elétrica renováveis: a eólica (ventos) e a fotovoltaica (solar), além da energia a diesel.

Labdes

O Labdes, vinculado à Unidade Acadêmica de Engenharia Química, é quem tem coordenado tecnicamente o Programa Nacional de Dessalinização da Secretaria de Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente. Seus pesquisadores já implantaram sistemas de dessalinização via osmose inversa em vários lugares, a exemplo de Fernando de Noronha e da ilha de Cabo Verde, na costa africana.

(Kennyo Alex – Ascom/UFCG)