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Participação na 3ª Olimpíada de Matemática das Escolas Públicas aumenta 21%

O número de escolas chegou a 38,5 mil, um aumento de 18% em relação à edição anterior

Mais de 17 milhões de estudantes de escolas públicas participaram da 3ª Olimpíada Brasileira de Matemática nas Escolas Públicas (Obmep), realizada em 2007 e, agora, 3 mil serão premiados. A terceira edição do evento teve número recorde em inscrições, em participação de escolas e municípios alcançados. O número de participantes cresceu 21% em relação à 2ª Obmep, de 2006.

O número de escolas chegou a 38,5 mil, um aumento de 18% em relação à edição anterior. A competição envolveu 98% dos municípios nesta edição. A entrega da premiação será na próxima terça-feira (26), no Rio de Janeiro.

Em número total de medalhas (ouro, prata e bronze), os estados com melhor performance foram Minas Gerais (798), São Paulo (723), Rio de Janeiro (270) e Paraná (195). Em quinto lugar, aparece o estado do Rio Grande do Sul, com 126 medalhas. Outro destaque da Olimpíada é o Ceará que surge no ranking em sexto lugar com 106 medalhas.

O diretor do Departamento de Popularização e Difusão de Ciência e Tecnologia do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), Ildeu Moreira, destaca a mobilização de alunos e professores gerada pelas Olimpíadas. "O fato de ter 98% dos municípios e atingir milhares de escolas mostra uma capacidade de mobilização que a gente não imaginava que os professores e as escolas tinham. Isso extrapolou as expectativas", avaliou.

O que é a Obmep

O objetivo das Olimpíadas de Matemática nas Escolas Públicas é melhorar o ensino de matemática e promover a inclusão social, além de estimular o interesse de crianças e jovens pela disciplina e identificar novos talentos para a ciência e a tecnologia.

A Obmep é promovida pelos Ministérios da Ciência e Tecnologia (MCT) e Educação e executada pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa/MCT) e pela Sociedade Brasileira de Matemática (SBM).

As metas da Obmep vêm sendo superadas desde a primeira edição, realizada em 2005, quando se esperava envolver cinco milhões de estudantes e se inscreveram 10,5 milhões de alunos de 5ª e 6ª séries (Nível 1), 7ª e 8ª séries (Nível 2) e Ensino Médio (Nível 3). Foram mais de 31 mil escolas de 5.197 municípios. Em 2006, a 2ª Obmep teve 14 milhões de inscritos de 32,6 mil escolas federais, estaduais e municipais.

Já na 3ª Obmep, os números surpreenderam a organização do evento e comprovaram que há uma grande mobilização por parte dos professores e seus alunos para participar da competição. Participaram nesta edição 17,3 milhões de alunos, de 38,5 mil escolas. Cerca de 120.000 professores colaboraram voluntariamente com a iniciativa que, em 2007, atingiu 98% dos municípios.

O sucesso do evento como forma de induzir o interesse pela ciência em crianças e jovens fez com que as Olimpíadas fossem citadas no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal da área de Ciência, Tecnologia e Inovação. Pelo Plano, que define as ações previstas para os próximos três anos, a meta de crescimento da participação no evento é de 40%.

Ildeu Moreira ressalta que a Olimpíada de Matemática estimula a melhoria do ensino da disciplina e, certamente, pode estar gerando futuros cientistas. "Uma vez que a proposta educacional da escola for bem feita, esses alunos terão como ser cientistas e engenheiros. O quanto a Olimpíada está significando de estímulo para a área científica só vai dar para avaliar a longo prazo. Mas logo ficará claro o quanto está atraindo jovens para as áreas de ciência e tecnologia", disse. "As Olimpíadas têm o papel de estimular a melhoria do ensino de matemática e mostram que o ensino pode ser muito interessante. Ela tem um aspecto parecido como as feiras de ciências, de química, de física...", concluiu.

Premiação

A cerimônia de premiação ocorrerá na próxima terça-feira (26), no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, às 16h. Participam do evento o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, os ministros da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende e da Educação, Fernando Haddad e o governador do Rio, Sérgio Cabral. No mesmo dia, às 9h30, no auditório do Impa, o ministro da Educação tem um encontro com 320 medalhistas.

A premiação é para estudantes, professores, escolas e municípios. Os alunos recebem medalhas de ouro (300), prata (600) e bronze (2,1 mil).Todos os medalhistas recebem bolsas da modalidade Iniciação Científica Jr, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCT). Além da ajuda financeira, a bolsa implica em acompanhar um programa especial de matemática com professores da SBM e pesquisadores do Impa, com temas não abordados no currículo escolar.

O professor premiado é aquele que está em sala de aula, trabalhando diretamente com os alunos. Neste ano, 115 professores de matemática foram premiados com um curso de aperfeiçoamento ministrado no Impa. Eles passaram uma semana em janeiro passado, na sede do instituto, onde a programação foi composta por temas como "Geometria do Globo Terrestre" e a "Matemática do Código de Barras".

Já a premiação das escolas é dividida por dois critérios, maior pontuação nas unidades da federação e maior pontuação entre as escolas, independentemente da unidade da federação, num total de 100. As 27 que alcançam maior pontuação no seu estado recebem um notebook com Kit de projeção móvel e livros para composição de uma biblioteca básica em Matemática. E as 73 restantes que obtêm a maior pontuação nacional dentre as municipais e estaduais, independentemente da unidade da federação, receberão livros de matemática para sua biblioteca.

Para os 50 municípios com maior pontuação, serão entregues troféus.

Melhoria do ensino

Os resultados da mobilização nacional empreendida pela Obmep estão diretamente relacionados com a valorização da escola pública, com a melhoria da educação científica e com a atração, identificação e construção de talentos para as áreas científicas e tecnológicas, conforme destaca a vice-presidente da SBM, Sueli Druck, também pesquisadora do Impa.

Para ela, o envolvimento cada vez maior de alunos e professores mostra que todos clamam por um ensino de melhor qualidade. "Eles estão mostrando uma demanda por ensino qualificado, porque afinal quem inscreve os alunos são os professores e os alunos fazem a prova. Esse projeto é uma demonstração de que os professores querem mudar a realidade do ensino brasileiro", disse.

Além disso, segundo Sueli, as Olimpíadas têm promovido um interesse maior pela matemática. "Repare que, na primeira fase, as escolas não competem entre si. A primeira fase serve de parâmetro para que as escolas selecionem 5% dos alunos com melhor desempenho. E, mesmo assim, eles praticamente nos exigiram que elaborássemos material de estudo para seus alunos. Os professores fizeram mutirões aos sábados e domingos para treiná-los. É uma participação, um esforço desses professores, que merece o reconhecimento de todos nós", completou.


(Lana Cristina - Assessoria de Comunicação do MCT)


Data: 22/02/2008