topo_cabecalho
Universidades federais implantarão sistema de intercâmbio entre alunos

A novidade deve começar a valer já no segundo semestre deste ano.

 

Rafael Bezerra, de 21 anos, está no sexto período de Direito na Universidade Federal de Pernambuco. Ele sonha em passar pelo menos um semestre na Federal do Rio Grande do Sul. “É uma oportunidade de ter uma formação diferente na minha carreira”, acredita.

 

Cecília Jorge do Prado, de18 anos, cursa o segundo semestre de Engenharia Elétrica na Federal de Goiás. O projeto dela é passar um período na universidade do Rio de Janeiro. “Querendo ou não, o Rio é um centro urbano mais avançado na área de tecnologia. Estudar um ano lá seria legal”, ela diz.

 

O intercâmbio de estudantes já existe, mas ainda não envolve as 55 universidades federais do país. A partir do segundo semestre, o ministério da Educação pretende estender para todas as federais o chamado “Programa Reúne”, que permite que as universidades troquem estudantes e professores.

 

As universidades já estão se adaptando ao novo modelo acadêmico proposto pelo governo. “Essa concepção hoje em dia é aceita universalmente, portanto o Brasil não pode estar atrás desse movimento. É um momento mais do que adequado pra pensar em como as universidades podem fazer esse estimulo com pouca ou nenhuma burocracia”, afirma Ronaldo Mota, secretário de Educação Superior do MEC.

 

“Pouca ou nenhuma burocracia” significa a adequação de currículos para que as disciplinas cursadas em outro estado tenham validade automática na universidade de origem do aluno. Com esse problema resolvido, o ministério da Educação acredita que a procura pelo intercâmbio vai ser grande – e já estuda o pagamento de uma bolsa para ajudar o estudante a se manter longe de casa. O valor da bolsa ainda não foi definido, mas segundo o MEC deve ficar em torno de R$ 350.

 

Para especialistas na área de educação, todas as partes ganham com a troca de experiências. “A gente considera que também a universidade que recebe o estudante ganha, por aquilo que ele consegue levar por sua experiência pessoal, institucional e acadêmica”, diz Erasto Fortes, pesquisador da Universidade de Brasília.

 

Experiências desse tipo já são trocadas no Projeto Rondon. Na sexta feira passada, universitários de todo o pais viajaram para o interior em nove estados; eles vão passar duas semanas praticando o que aprenderam em sala de aula.

 

A estudante Aline Borba já participou do projeto, e trouxe várias boas lembranças. “A experiência permitiu abrir portas e a minha imaginação para o mercado de trabalho. É diferente do que eu estava imaginando”, ela diz.

 

(Jornal Hoje, 12/02/08)


Data: 13/02/2008