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MEC reprova 81 cursos de mestrado e doutorado

Unicamp é a mais bem cotada pela Capes; do Rio, FGV, UFRJ, PUC e Fiocruz estão entre os dez primeiros lugares

O Ministério da Educação (MEC) reprovou 81 cursos de mestrado e doutorado, o equivalente a 3,5% dos 2.266 programas de pós-graduação que funcionavam no país ano passado. Desses cursos, 14 ficam no Rio. Eles poderão ser desativados, mas a lista só será divulgada nos próximos meses, após a fase de recursos.

Os resultados da avaliação, realizada a cada três anos, foram divulgados ontem e mostram que 219 cursos — 9,7% do total — tiraram as notas máximas 6 e 7, na escala de 1 a 7.

Segundo o MEC, isso significa excelência acadêmica internacional, comparável ao desempenho de instituições como as universidades de Harvard, nos EUA; Oxford, no Reino Unido; e Sorbonne, na França.

A Unicamp lidera o ranking elaborado pela Capes, órgão do MEC responsável pela avaliação. A Unicamp atingiu a nota média 5,11, na escala até 7. Entre as dez primeiras colocadas, quatro são do Rio — FGV (2ª), UFRJ (7ª), PUC (8ª ) e Fiocruz (10ª).

Em 2006, 9.366 doutores e 32.280 mestres formados O ministro Fernando Haddad disse que o Brasil tem a melhor pós-graduação da América Latina.

No ano passado, foram formados 9.366 doutores e 32.280 mestres. A avaliação considera o período de 2004 a 2006.

“O Brasil está chegando a 2% da produção científica mundial, o que nos coloca em 15olugar no mundo. Nosso desafio agora é fazer a produção científica chegar à sala de aula na educação básica e, de outro lado, ao mundo da produção. O Brasil forma doutores sem paralelo na região”, disse Haddad.

Os 81 cursos reprovados tiraram notas 1 e 2.

A Capes analisa a produção acadêmica dos professores: o número de artigos publicados em revistas científicas e a quantidade de vezes em que cada artigo é citado por outros pesquisadores.

O mesmo é feito em relação às teses de doutorado defendidas pelos estudantes.

A publicação de livros é outro fator considerado. Como todos os professores são doutores, só há uma explicação para um curso ser reprovado, segundo o diretor de Avaliação da Capes, Renato Janine Ribeiro: “O grande fator é a produção intelectual medíocre”.

Os cursos reprovados terão 30 dias para recorrer. Mestrados e doutorados que continuarem com notas 1 ou 2 serão descredenciados.

Os atuais alunos poderão concluir o curso, mas não haverá novas matrículas. A decisão da Capes precisa ser ratificada pelo Conselho Nacional de Educação e, depois, por Haddad.

Nunca houve, porém, caso de contestação, segundo Janine.

Ao todo, 91 cursos foram reprovados, mas a Capes considera que dez já haviam sido desmembrados ou desativados.

Para Haddad, o êxito da pósgraduação brasileira está ligado ao sistema de avaliação criado em 1976. Diferentemente do que ocorre na graduação, em que nunca uma faculdade foi fechada por reprovação em exames oficiais, a Capes regularmente descredencia mestrados e doutorados com fraco desempenho.

“Esses resultados só foram obtidos em virtude do paradigma adotado nos anos 70, na Capes, que estamos querendo introduzir na graduação.”

USP, com mais cursos de excelência, fica em 5 º lugar O ranking não considera o número absoluto de mestrados e doutorados de cada universidade.

Apenas soma as notas e calcula a média. Assim, a Universidade de São Paulo (USP) ficou em 5olugar, com média 4,9 em seus 223 programas de pós-graduação, embora tenha o maior número de cursos de excelência.

Já as duas unidades da FGV tiveram apenas cinco cursos submetidos à avaliação. A líder Unicamp mantém 65 programas.


Data: 15/10/2007