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Chip desenvolvido na UFCG impressiona pesquisadores na Europa

Dispositivo foi apresentado na ST Microelectronics, em Milão, na Itália

 

Pesquisadores de uma das maiores empresas fabricantes de semicondutores do mundo ficaram impressionados com a apresentação, na semana passada, do chip MPEG-4 desenvolvido por cientistas da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). “Eles ficaram maravilhados com a eficiência do dispositivo”, afirma o professor do Departamento de Sistemas e Computação, Elmar Uwe Kurt Melcher, que coordena o projeto. A apresentação, realizada pela professora Edna Barros, da UFPE, aconteceu na Divisão de Desenvolvimento da ST Microelectronics, em Milão, na Itália.

 

A UFCG, juntamente com a UFPE e a Unicamp, integra o Projeto Brazil IP, cujo objetivo é a criação de um conjunto de circuitos integrados contendo os principais e mais importantes módulos de um sistema eletrônico moderno. "Coube à UFCG o componente mais complexo de todo o sistema: o decodificador de vídeo MPEG-4", explica Melcher.

 

Em sua etapa de testes, o chip MPEG-4 foi montado numa placa de circuito impresso e, para surpresa de todos, funcionou na primeira rodada. “É muito raro isso acontecer. Normalmente são feitas várias correções no projeto até que o sistema funcione corretamente”, observa Melcher. Segundo ele, a empresa que produziu a placa elogiou a equipe pela qualidade do projeto. “O técnicos da Micropress, de São Paulo, afirmaram que foi esta foi a placa de CI mais complexa já fabricada por eles”. O chip é capaz de aumentar a velocidade na transmissão de dados via internet, celular, rádio e satélite.

 

Preocupação

 

Apesar de receber do CNPq, em 2005, o título de melhor projeto técnico-científico do Brasil, e de ganhar, no ano passado, o prêmio Best Design IP/SoC Conference 2006, em conferência internacional realizada na França, o projeto da UFCG corre o risco de ser prejudicado devido à não renovação, em 2008, das bolsas de pesquisa concedidas pelo CNPq.

Caso as bolsas não sejam renovadas, cerca de vinte pesquisadores que integram a equipe da UFCG serão diretamente prejudicados e a implantação de um futuro núcleo de design de chips (design house) na cidade fica comprometida.

 

Elmar explica que a indústria dos circuitos semicondutores é dividida em três tipos: Design Houses, responsáveis pela elaboração do projeto dos circuitos integrados; Foundries, também conhecidas por indústrias de back-end, responsáveis pela fabricação em série dos componentes projetados pelas Design Houses, e Encapsuladoras ou indústrias de front-end, cujo papel é separar os componentes fabricados pelas foundries e colocá-los em cápsulas apropriadas ao uso final pela indústria.

 

“Os mercados mais valorizados estão nas foundries e nas design houses. No entanto as foundries são indústrias extremamente caras e complexas. As design houses, por outro lado, requerem uma infra-estrutura bem menos suntuosa, concentrando-se em uma equipe de engenheiros especializados capazes de projetar os chips”, observa. “Outra vantagem está no fato de que os projetos intelectuais desses componentes vêm sendo cada vez mais valorizados e disputados no mercado mundial. Esta atividade tem crescido no mundo, em média, 22% ao ano”.

 

(Kennyo Alex – Ascom/UFCG)


Data: 08/10/2007