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Oito mil estudantes brasileiros usam as férias para trabalhar no exterior

Se para alguns as férias são sagradas para o descanso e o lazer, para outros a época é uma oportunidade para aprimorar conhecimentos e enriquecer o currículo. Durante o período de férias, em 2006, calcula-se que oito mil universitários tenham embarcado para o exterior em programas de trabalho temporário, segundo levantamento da Brazilian Education & Language Travel Association (Belta). Os Estados Unidos foi o principal destino de jovens universitários que participaram de programas do tipo work and travel (trabalhar e viajar).

 

Em recente pesquisa que comparou o número de inscrições em 2006, com o mesmo período em 2007, a CI, agência de intercâmbios, identificou um crescimento de 100%. “Há cinco anos o diferencial era falar um segundo idioma, hoje isso é obrigatório. A experiência internacional é o que conta para a inserção em grandes empresas”, aponta a gerente de produto da empresa, Gisele Mainardi.

 

“Principalmente se o trabalho, de certa forma, tiver relação com a formação profissional do intercambista”, alerta a consultora de Recursos Humanos da Catho Online, Gláucia Santos. Porém, o intercâmbio que proporciona vivência em outras áreas do conhecimento também é bem-vindo”, completa.

 

Em 2003, Fernanda Satriani, na época estudante de Turismo, vivenciou uma experiência de trabalho fora de sua área de atuação quando, de férias, foi trabalhar na Disney, nos Estados Unidos. Durante o processo de seleção, escolheu trabalhar na área da limpeza do parque. “Quis trabalhar nessa área pela liberdade. Sabia que iria ter que circular no parque e teria a oportunidade do contato com o público. De fato, me ajudou no aprimoramento e aprendizado de idiomas. A experiência, até hoje, é determinante para minha colocação no mercado. Trabalhei em um hotel e me informaram que essa experiência chamou muita atenção, ou seja, trouxe peso ao meu currículo”, conta.

 

A estudante de Publicidade, Tatiana Golob, também passou pela mesma experiência. Ela foi para Orlando, entre novembro de 2005 e fevereiro de 2006, trabalhar na Disney. “Meu objetivo era o de sair do país para ganhar dinheiro e realizar a vontade de ter uma experiência no exterior. Mesmo tendo trabalhado na área de recreação do parque, coloco no currículo pois o contato com pessoas foi uma experiência adquirida que influencia no campo profissional”, conta. “Além disso, ter no currículo uma experiência no exterior, demonstra maturidade”, acredita.

 

Segundo Santos, toda experiência no exterior que envolva estudos ou trabalho é sempre bem vista pelo mercado. No caso de um estudante ou profissional que troca suas férias pelo trabalho, a atenção dos profissionais de recursos humanos que buscam mão-de-obra qualificada aumenta. “Os empregadores o encaram como um profissional que aproveita sempre oportunidades de crescimento. É visto como uma pessoa com foco, pronta para adquirir novos conhecimentos”, alerta.

 

“São sempre funções ligadas à prestação de serviços, especialmente no setor de turismo”, pontua Mainardi, lembrando que a atividade só pode ser realizada se o estudante não perder aulas na universidade. “Geralmente ele precisa adiantar suas provas e conseguir abono de faltas, o que é relativamente fácil, pois as faculdades já estão acostumadas e vêem com bons olhos esse tipo de programa”, ressalta.

 

Diferentemente do trabalho informal nos Estados Unidos, os programas de work and travel são supervisionados por uma equipe que integra o consulado norte-americano e as empresas que oferecem o serviço. “As regras são seguidas à risca para garantir, inclusive, a segurança dos clientes contratantes”, aponta Mainardi.

 

(Karina Costa – Guia de Empregos Aprendiz)


Data: 04/10/2007