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Projeto da UFCG premiado internacionalmente pode ser interrompido

Implantação de futuro núcleo de design de chips na cidade fica comprometida

Um dos projetos mais avançados desenvolvidos atualmente pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) corre o risco de ser prejudicado devido à não renovação das bolsas de pesquisa concedidas pelo CNPq.

Capaz de aumentar a velocidade na transmissão de dados via internet, celular, rádio e satélite, o chip decodificador de vídeo MPEG-4 da UFCG ganhou, no ano passado, em conferência internacional realizada na França, o prêmio Best Design IP/SoC Conference 2006, colocando, segundo as palavras dos organizadores, "a América do Sul na lista dos futuros fornecedores mundiais de chips baseados em IP (Componente de Propriedade Intelectual)". O projeto já havia recebido do CNPq, em 2005, o título de melhor projeto técnico-científico do Brasil.

De acordo com o coordenador Elmar Uwe Kurt Melcher, do Departamento de Sistemas e Computação da UFCG, essa situação é incompreensível. "Outros institutos de pesquisas do país, cujos trabalhos estão bem mais atrasados que o nosso, recebem verbas consideráveis para pesquisa e desenvolvimento. Nosso chip já foi testado e aprovado. Funciona perfeitamente. Não entendo o porquê desta situação".

Caso as bolsas não sejam renovadas, cerca de vinte pesquisadores que integram a equipe da UFCG serão diretamente prejudicados. "Há também questões econômicas que devem ser levadas em consideração", observa Elmar. "Caso se confirme a interrupção do trabalho, a implantação de um futuro núcleo de design de chips na cidade, o LINCS-CGE, fica comprometida".


A equipe pretende sensibilizar o vice-presidente da República, José Alencar, durante sua visita à Campina Grande, na próxima quinta-feira, dia 4. "Enviamos um e-mail ao Palácio do Planalto solicitando um encontro, mas ainda não recebemos resposta", disse o pesquisador, que promete insistir na audiência.

O MPEG-4 da UFCG é resultado do Projeto Brazil-IP, que congrega pesquisadores de três universidades brasileiras: UFCG, Unicamp e UFPE. "Ficou definido que cada universidade participante seria responsável pelo desenvolvimento de um circuito integrado específico, cabendo à Unicamp de São Paulo o decodificador de áudio MP3, à UFPE a unidade de processamento dedicado 8051 e à UFCG o componente mais complexo de todo o sistema: o decodificador de vídeo MPEG-4", explica Elmar.

 

(Kennyo Alex – Ascom/UFCG)


Data: 02/10/2007