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Total de estudantes na faculdade sobe 13%

Esse número se deve, no entanto, à expansão do ensino superior privado, diz pesquisa

 

Para especialistas, aumento está ligado ao envelhecimento da população e à oferta de cursos com mensalidades mais baixas. Dos universitários, 75,5% estão em instituições particulares; no geral, educação pública tem queda de 0,7% no nº de alunos

 

O número de estudantes no ensino superior cresceu 13,2% em 2006, o que representa um aumento de 684 mil pessoas em um ano. No total, o número de estudantes passou de 5,190 milhões para 5,874 milhões.

 

Segundo o IBGE, o resultado pode ser parcialmente explicado pelo envelhecimento da população e pelo aumento da procura por cursos de nível superior pelas pessoas que já terminaram o ensino médio.

 

Os cursos superiores foram os únicos a apresentar um crescimento expressivo entre os níveis de ensino. Para o IBGE, por conta do envelhecimento da população, o total de estudantes no pré-escolar caiu 4,5%, e, no ensino médio, 0,9%. No ensino fundamental, houve aumento de 0,5%.

 

De modo geral, a educação pública apresentou uma queda de 311 mil alunos, o equivalente a -0,7%. O recuo foi mais intenso no ensino médio, que passou de 8,127 milhões em 2005 para 8,032 milhões no ano passado.

 

A expansão do número de estudantes universitários consolida um modelo de educação majoritariamente privado. A maior parte dos estudantes (75,5%) está matriculada em instituições particulares. No Sudeste, o percentual chega a 81,8%. O percentual de alunos na rede privada no ensino superior no país cresceu 15,3%.

 

Segundo especialistas, o resultado mostra uma forte expansão do acesso ao ensino de nível superior impulsionada em parte pela oferta de mensalidades mais baixas.

 

Segundo Simon Schwartzman, pesquisador do Iets (Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade), o ProUni (programa do governo federal que concede bolsas em universidades particulares) pode ajudar, mas não responde sozinho pelo crescimento. Dados do site do MEC indicam que, em 2006, foram concedidas 138.668 bolsas entre integrais e parciais.

 

"Houve um aumento mesmo do número de estudantes na universidade, não há envelhecimento da população que explique essa mudança. O que tem crescido no Brasil é o ensino particular; o público cresce pouco. À medida que aumenta a demanda, as instituições particulares oferecem taxas mensais que não são muito caras, o que serve para a população com menor poder de compra."

 

O aumento da exigência por escolarização no mercado também contribui. Dados da pesquisa mostram que, no Sudeste, quase metade (45,4%) da população ocupada tem 11 anos ou mais de estudo. De 2005 para 2006, a participação das pessoas que tinham completado o equivalente ao ensino médio na população ocupada passou de 35,4% para 37,6%.

 

"Os percentuais de crescimento no ensino superior são altos porque a base é baixa", diz Romualdo Portela, da faculdade de Educação da USP.

 

Educação infantil

 

Cresceu a proporção de crianças na faixa de cinco e seis anos na escola. O total passou de 81,5%, em 2005, para 84,6%.

 

Segundo o IBGE, o crescimento pode ser um reflexo da lei nº. 11.274, de fevereiro de 2006, que determina a duração de nove anos para o ensino fundamental e prevê matrícula obrigatória a partir dos seis anos. A lei passou a vigorar no ano passado, mas existe um prazo de adequação até 2010.

 

O Ceará tem a maior taxa de crianças na faixa etária de cinco a seis anos na escola -93,2%. O percentual mais baixo ocorre em Rondônia (60,7%).

 

No ano passado, o país tinha 54,9 milhões de estudantes na população com cinco anos ou mais de idade. Houve aumento de 0,9% em relação a 2005.

 

A maior presença na escola foi verificada na faixa de 7 a 14 anos, com 97,6% das crianças dessa idade matriculadas. Em Santa Catarina esse patamar chega a 99%. No Acre, a participação é de 94%.

 

(Folha de SP, 15/09)


Data: 17/09/2007