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Sobrevivência das pequenas empresas na Paraíba é superior à média nacional

O estado fica em 12º lugar no ranking de empresas que estão acima da média

 

As micro e pequenas empresas paraibanas investem cada vez mais em planejamento e aumentam a sobrevivência no mercado. Segundo nova pesquisa do Sebrae sobre o tema, divulgada nesta segunda-feira, 20, 80,8% dos empreendimentos abertos em 2005 permaneceram no mercado, contra 19,8% que fecharam as portas nos primeiros dois anos.

 

O índice paraibano de sobrevivência das empresas foi superior à média nacional que ficou em 78%. O dado apresenta um salto na sobrevivência das micro e pequenas empresas que, em 2004, apresentavam uma mortalidade de 49,4% para o período considerado mais crítico: os primeiros dois anos de mercado.

 

Os dados fazem parte do estudo 'Taxa de Sobrevivência e Mortalidade das Micro e Pequenas Empresas', encomendado pelo Sebrae a Vox Populi e divulgado ontem. O levantamento faz uma análise de vários aspectos em 14.181 empresas ativas e extintas de todas as regiões do País nos anos de 2003 a 2005. As empresas analisadas na pesquisa são dos setores de Comércio, Indústria e Serviços.

 

Na Paraíba, foram pesquisadas 380 empresas das 4.498 abertas em 2005. Desse total de pesquisados que permanecem em atividade, 47,2% estão no comércio, 40,4% estão na área de serviços e 12,4% na área de indústrias. Das empresas que fecharam as portas, 63% são do comércio, 26% de serviço e 11% da indústria.

 

Para o superintendente do Sebrae Paraíba, Júlio Rafael, os dados são animadores e demonstram que a melhora significativa na taxa de sobrevivência das empresas é atribuída a fatores como elevação do nível educacional dos empreendedores e o aumento na busca por mais informações para a abertura e gestão dos negócios.

 

"Apesar da maioria dos empreendedores ainda investirem no próprio negócio muito mais por necessidade de sobrevivência, está cada vez mais claro que, sem conhecimento do mercado que vai atuar, fica muito mais difícil encarar uma atividade empresarial", comentou.

 

Resultados

 

Dados da pesquisa apontam que 87% das empresas empregam pessoas com carteira assinada. Mais de 44% das empresas contratam entre 4 e 9 funcionários. No Estado, 22% das empresas possuem faturamento entre R$ 60 e R$ 120 mil.

 

Em relação aos empresários que se mantêm no mercado, 81% possuem nível superior completo ou incompleto. Dos entrevistados, 48% disseram que abriram o próprio negócio após identificar uma oportunidade de negócio e 71% por desejo de ser dono do próprio negócio.

 

A pesquisa traçou o perfil do empreendedor de pequeno negócio. Ele tem boa escolaridade, busca o conhecimento e a informação para tocar bem sua empresa e insiste em empreender, apesar dos percalços que enfrenta. Um outro dado positivo do levantamento é o de que a pequena empresa tem evoluído na contratação com carteira de trabalho assinada, confirmando a força empregadora dos negócios de pequeno porte.

 

Assim como a Paraíba, outras 15 unidades da Federação ficaram acima da média nacional no índice de sobrevivência das empresas(de 78%), tais como Espírito Santo, que lidera o ranking com 85,8%; seguido de Minas Gerais, 85,7%; Sergipe, 85,3%; Piauí, 84%; Rio Grande do Norte, 83,5%; São Paulo 82,9%; Pará, 82,5%; Bahia, 82,4%; Distrito Federal, 81,5%; Alagoas, 81,3%; Rio de Janeiro, 81,3%; Paraíba, 80,8%; Rondônia, 79,7%; Goiás, 78,7%; Mato Grosso do Sul, 78,7%; e o Ceará, que possui a mesma média nacional, com 78%.

 

A pesquisa também aponta os estados com índices abaixo da média. A maioria fica nas regiões Norte e Sul. O Maranhão ficou com taxa de 77,6%; Rio Grande do Sul, 77,5%; Pernambuco, 77,3%; Santa Catarina, 75,9%; Amazonas, 75,8%; Paraná, 74,8%; Mato Grosso, 74,5%; Tocantins, 71,7%; Amapá, 62,2%; Acre, 60,3%; e Roraima 49,3%.

 

Fatores condicionantes

 

Ao fazer um comparativo entre a nova pesquisa (2003/2005) e a pesquisa anterior, é possível constatar que houve uma crescente melhora em diferentes aspectos principalmente nos que se referem ao comportamento e à atuação dos empresários. Esses aspectos são considerados determinantes no aumento expressivo da taxa de sobrevivência.

 

Por exemplo, na pesquisa recente foi constatada uma elevação no grau de escolaridade dos proprietários das empresas ativas. Nesse período, se comparado com o da pesquisa anterior, de 2000/2002, diminuiu o número de empresários com até a 4ª série do ensino fundamental - 2% na pesquisa atual e 3% na pesquisa anterior. Houve também um aumento de empresários com 8ª série incompleta, 8% contra os 7% constatados na pesquisa anterior.

 

Os empresários com curso superior incompleto correspondiam ao percentual de 46% na pesquisa anterior; na atual representam 49%. Os empresários com superior completo passaram de 29%, na pesquisa anterior, para 30%, na atual.

 

(Fernando Ivo - Sebrae Paraíba e ASN)


Data: 21/08/2007