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Expansão da UFCG expõe demanda por ensino superior no Nordeste

No primeiro vestibular do recém-criado curso de Medicina no campus de Cajazeiras (PB), concorrência foi de 90 candidatos por vaga, para 40 vagas oferecidas

A Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) é um exemplo da grande demanda reprimida que justifica a expansão das instituições federais de ensino superior (Ifes), retomada desde o início do governo Lula.

No primeiro vestibular do recém-criado curso de Medicina no campus de Cajazeiras (PB), a concorrência foi de 90 candidatos por vaga, para as 40 vagas oferecidas.

O reitor da UFCG, Thompson Mariz, ressalta que o plano de expansão da universidade começou em 2003, quando foi apresentado um projeto conhecido como "universidade camponesa". O resultado mais visível são dois novos campi, nas cidades de Cuité e Pombal.

Expansão interna

Mariz lembra, entretanto, que há também um processo de expansão interna, representado pela criação de novos cursos, incluindo o de medicina em Cajazeiras.

"Abrimos
um vestibular especial e o curso teve 90,3 candidatos por vaga. [O objetivo] é formar médicos voltados para os problemas do Nordeste. Ele também alavanca os demais cursos e o desenvolvimento da cidade. Vai gerar riqueza, movimentar a economia local", observa o reitor.

O sucesso dessa primeira seleção não revela a dificuldade para criá-lo. A decisão de que a nova faculdade seria sediada em Cajazeiras e não em Patos só foi tomada após uma série de divergências entre o reitor da UFCG e a comissão designada por ele para avaliar qual dos municípios reunia as melhores condições. Deputados estaduais também questionaram a escolha.

Um dos argumentos a favor da sede atual é o fato de Cajazeiras já possuir dois cursos de enfermagem, um de nível superior e outro de nível técnico. Mariz recorda que esse curso técnico foi criado por Lynaldo Cavalcanti de Albuquerque, atual secretário executivo da Abipti.

À época, Cavalcanti de Albuquerque era reitor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), da qual a unidade de Campina Grande era apenas um campus.

A despeito do sucesso do curso, Thompson Mariz demonstra preocupação com o fato de somente 25% dos aspirantes a médico, nesse caso, serem paraibanos.

"Isso serve de alerta às autoridades educacionais da Paraíba para que os alunos do Estado possam competir em condições de igualdade", ressalta, referindo-se à necessidade de melhoria nos ensinos fundamental e médio.

Expansão física

A implantação de mais três campi, nas cidades de Itabaiana, Itporanga e Sumé está em discussão. Segundo o reitor da UFCG, a universidade ainda não definiu se apresentará essas propostas ao Ministério da Educação (MEC).

Caso apresente, poderá ser incluída no Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), instituído em abril deste ano pelo governo federal.

Pós-graduação

O avanço da pós-graduação na universidade paraibana é outro indicador resultante do plano de expansão. Mariz observa que, em 2003, eram apenas três cursos de doutorado. Quatro anos depois, eles já são nove. No caso dos mestrados, eles passaram de sete para 19.

No último mês de julho, a Capes aprovou dois novos doutorados da UFCG: um em engenharia de materiais e outro em engenharia química. "Daqui a um ano já dá para pensar em criar mestrados nesses novos campi", anuncia o reitor.

Para saber mais sobre a UFCG, acesse http://www.ufcg.edu.br.

(Ramon Gusmão para o Gestão C&T online)


Data: 10/08/2007