Orquídeas vão ajudar assentados no Agreste Projeto desenvolvido pela UFRPE vai capacitar agricultores a cultivar flores para garantir renda Dez mil mudas de orquídeas estão à espera, na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), de um destino inusitado: serão levadas em setembro para dois assentamentos de reforma agrária em área contornada por Mata Atlântica, no interior de Pernambuco. O objetivo do projeto, financiado pelo Banco do Nordeste, é o cultivo de flores por agricultores familiares para a venda e a reintrodução da floresta. As plantas são de três gêneros, um nativo do Brasil e dois originários da Ásia. Um dos parceiros do projeto, o orquidófilo Odilon Cunha, explica que os asiáticos têm crescimento e floração rápidos, por isso foram escolhidos para o cultivo. “O outra, conhecido como Cattleya, é de Mata Atlântica e será empregado na reintrodução na natureza.” Os assentamentos escolhidos ficam em Garanhuns e Lagoa de Itaenga, no Agreste. Quarenta famílias serão beneficiadas. O financiamento do projeto, de R$ 46 mil, foi garantido pelo Banco do Nordeste, em junho. As mudas estão no Laboratório de Cultura de Tecidos Vegetais da UFRPE. As casas de vegetação, estruturas teladas com A coordenadora do projeto, a professora Claudia Ulisses Silva, adianta que cada uma receberá inicialmente duas mil mudas. Os agricultores aprenderão a adaptar as mudas ao ambiente, num processo chamado aclimação por botânicos e orquidófilos. “Depois serão capacitados no cultivo das flores e, por fim, em empreendedorismo, para que possam comercializar a produção”, diz. A reintrodução nos remanescentes de Mata Atlântica dos assentamentos será a próxima etapa do projeto, com duração de quatro anos. O objetivo é atingir um total de 30 mil mudas nesse período. Odilon Cunha, do Centro de Orquídeas de Pernambuco, em Gravatá, explica que as orquídeas estão entre as plantas mais sensíveis a alterações ambientais. “Diante do desmatamento ou queimada, são as primeiras a desaparecer. Por outro lado, quando uma floresta está se restabelecendo, são as últimas a colonizar a vegetação, por isso é importante a reintrodução.” O centro possui 6 mil plantas pertencentes a 186 gêneros e 831 espécies. O gênero é a primeira palavra de um nome científico e a espécie, a segunda. Várias espécies podem pertencer a um mesmo gênero. O orquidário de Gravatá, que forneceu o material para a UFRPE, tem Data: 06/08/2007 |