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Conversor de TV digital custará mais de R$ 100, diz Kiçula

Dispositivo em testes é mais caro que o estipulado pelo projeto de TV Digital

 

Os fabricantes de televisores confirmaram que já estão em fase de testes dos primeiros protótipos de conversores "e trabalhando fortemente para conseguir atender aos requisitos estabelecidos pelo Sistema Brasileiro de TV Digital", disse hoje o presidente da Eletros, a Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos, Lourival Kiçula.

 

Uma informação de Kiçula é que o conversor deverá custamr mais de R$ 100,00 como foi alardeado. "Seria ótimo poder oferecer conversores e televisores baratos desde o início. Seria fantástico, mas, infelizmente, isso não será possível, pelo menos não no início, e nem nos patamares de R$ 100 como sempre foi anunciado", disse Kiçula.

 

A principal razão refere-se aos requerimentos do sistema. Ele explica que o sistema brasileiro introduziu uma série de inovações tecnológicas, demandando componentes (semicondutores) específicos, que ainda não são produzidos em larga escala no mercado mundial.

 

À medida que esses componentes começarem a serem produzidos em escala, os preços deverão começar a cair. Ele explicou que mesmo assim, "a indústria está trabalhando fortemente para conseguir reduzir os custos, visando oferecer produtos cada vez mais baratos, mas mantendo a qualidade e segurança aos seus consumidores. Há ainda muitas incertezas sobre os royalties envolvidos no sistema que, com certeza, impactam fortemente os custos".

 

Adicionalmente o pleito que a indústria apresentou ao governo para desoneração de tributos - a exemplo do que foi feito na MP do Bem para computadores - continua sem resposta, desde setembro do ano passado. "Isso ajudaria muito na redução dos custos dos aparelhos, mas, infelizmente, até o momento, nada foi feito sobre isso", lembra o presidente da ELETROS, ao acrescentar que a produção no Pólo Industrial de Manaus é, em contrapartida, um fator que barateia o custo do produto.

 

Ele explicou que a Indústria assumiu o compromisso de lançar os primeiros produtos ainda esse ano, apenas 8 meses após a definição das especificações. O normal é levar 15 meses entre o início do desenvolvimento e o lançamento do produto no mercado. "Esta é mais uma prova do compromisso da indústria com as metas estabelecidas", informou. Uma grande dificuldade que a indústria está enfrentando, segundo Kiçula, é não poder realizar os testes de campo de seus protótipos de forma adequada, pois só há uma emissora disponibilizando sinal de teste atualmente.

 

"Isso é pouco. Seriam necessários mais canais para garantir a confiabilidade dos mesmos", salientou. O desafio é enorme, mas as indústrias acreditam que só o trabalho conjunto entre os vários atores envolvidos poderá assegurar o sucesso da implementação.

 

"O momento é de somar esforços para juntos se conseguir atender o consumidor brasileiro, oferecendo a melhor TV digital do mundo",explicou. Segundo ele, "é bom se informar que desde o início dos trabalhos para definição das especificações do Sistema, o setor vem contribuindo ativamente na elaboração das mesmas, participando em todos os grupos de trabalho do Fórum de TV Digital, em um esforço conjunto com representantes das emissoras, meio acadêmico e demais segmentos".


Data: 23/07/2007