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Instituto do Semi-Árido inicia planejamento estratégico em visita a estados do Nordeste e espera apoio para ter orçamento

Roberto Germano disse que nome de Celso Furtado será restituído na denominação do Instituto

O diretor do Instituto Nacional do Semi-Árido, Roberto Germano da Costa, iniciou nesta semana planejamento estratégico com a coleta de contribuições nos estados para elaboração do plano de ações do órgão de pesquisa do Ministério da C&T, a ser concluído em cinco meses.

Na ocasião, ele defendeu o retorno do nome do economista Celso Furtado, que fazia parte da denominação da instituição e foi suprimido na portaria do MCT que determinou a unidade gestora.

Nesta quarta-feira, Roberto Germano teve encontro com o secretário da Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Ceará, René Barreira, Universidades e Instituições de Pesquisa sediadas no Estado. Participou da reunião o vice-governador Francisco Pinheiro. Hoje, o diretor visita a Uece, e amanhã a UFC e BNB. Na véspera, ele esteve no Piauí e na próxima semana visitará a Paraíba, Rio Grande do Norte e em seguida os outros estados.

Conforme Roberto Germano, o secretário executivo do MCT, Luiz Antonio Elias, determinou à subsecretaria das Unidades de Pesquisa do Ministério que seja restituído o nome de Celso Furtado na denominação do Insa.

O diretor informou que o Insa tem recursos previstos apenas para o custeio deste ano, e disse esperar que, na articulação com os estados, tenha força para receber recursos orçamentários.

Como parte do planejamento do Insa, que será elaborado pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), organização social vinculada ao MCT, após a consulta aos estados será realizada uma reunião de consolidação em Campina Grande, sede do Instituto.

Em vez do estereótipo de um Nordeste seco e pobre, Roberto Germano defendeu a potencialidade da Região para produzir riqueza e reduzir as desigualdade.

O logotipo do Insa, disse ele, por sugestão do escritor Ariano Suassuna, mostra um bode e planta xerófila, base da alimentação da pecuária local, que tem sido objeto de experimentos na fazenda do Instituto em Campina Grande.

O Insa
tem como grupos temáticos de ação Meio ambiente e recursos naturais (caatinga), Agroecosistemas e pecuária, Agroindústria e energias alternativas, com destaque para produtos naturais e plantas medicinais, Política de desenvolvimento social e Modelo institucional.

Uma das funções do Insa é a realização de estudos prospectivos - 38 temas estão indicados. Germano disse que a atuação do instituto prevê a aceleração do processo por otimização do arsenal do conhecimento no Região, a organização de sistemas integradores e bem coordenados e a constituição de parcerias locais, regionais e internacionais.

Segundo o diretor, o Insa veio ocupar a função de ser a instituição de articulação e coordenação de políticas públicas regionais no Nordeste. "Temos recomendação do MCT para não repetir o que está sendo feito pelos parceiros, e de fazer um trabalho em união e articulação com os outros ministérios. Não existia nenhuma ação voltada para o desenvolvimento científico e tecnológico do Nordeste", afirmou.

"O Insa já marcou um gol", disse o diretor ao citar o Plano de Ação do MCT para o quadriênio que, para ele, tem "apenas uma novidade: o item 16 - Desenvolvimento sustentável do semi-árido, ação baseada no Plano de Ação do Governo, que fala nas desigualdades regionais".

O secretário cearense destacou como importante o surgimento do Insa como uma idéia de caráter nacional, que reforça esta visão. "Mais do que regional, a questão do semi-árido é nacional". René Barreira sugere que o Insa entre em contato com outras instituições do país e do exterior que estudam o Nordeste.

"O Insa surge buscando construir a sua identidade para evitar paralelismo e ocupar espaço de outras instituições. Não é uma estrutura pesada e trabalha em rede, em articulação com outras instituições que elegeram o semi-árido como objeto de investigação acadêmica", disse René Barreira.

O secretário enfatiza que o sistema de ciência, tecnologia, inovação e educação superior do Ceará tem interesse de não apenas apoiar o projeto, mas participar ativamente do projeto. "É uma visão em que todas as instituições se encontram, que promove maior otimização e valorização do que se faz nesta área na Região", afirma.

Roberto Germano disse que o planejamento abrange os próximos quatro anos. Segundo ele, o orçamento disponível hoje atende apenas a manutenção administrativa. O diretor pediu ao secretário para reforçar o pleito para que sejam alocados recursos para o Insa no FNDCT, que terá de disputar espaço com outras 19 unidades de pesquisa do MCT.

René Barreira anunciou que o Insa participará da 1ª Conferência de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Ceará, no início de outubro, na Semana Nacional de C&T.

(Flamínio Araripe - SBPC)


Data: 18/07/2007