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Mulher não fala mais do que homem, diz estudo

Cálculo feito com 396 pessoas foi publicado na "Science"

O marido chega em casa à noite e tenta assistir ao futebol, ou então ler o jornal. A mulher, talvez por uma propensão natural à fala, quer conversar de qualquer forma, e muito. Essa "tese", porém, segundo um cálculo apresentado hoje na revista "Science", está destinada ao porão do folclore machista.

O estudo, feito por psicólogos dos EUA e do México, revelou que mulheres não falam mais do que homens. A média de palavras faladas pelos dois sexos apresenta uma diferença de só 7% (546 palavras por dia). Enquanto os homens falam 15.669 palavras ao dia, as mulheres usam 16.215. A diferença é estatisticamente irrelevante.

Os números consagrados até agora pela literatura científica, porém, são bem diferentes dos apresentados hoje. Os cálculos anteriores falavam em 7.000 palavras para o homem e 20 mil para as mulheres ao dia.

"Nós concluímos que o estereótipo altamente divulgado de que as mulheres são mais falantes não tem fundamento", escreveram os pesquisadores liderados por Matthias Mehl, da Universidade do Arizona.

Para chegar ao cálculo, foram feitos seis diferentes experimentos entre os anos de 1998 e 2004. Grupos de homens e mulheres, entre 17 anos e 29 anos, foram monitorados durante períodos que variaram de 2 dias a 10 dias. No total, 396 participantes foram estudados.

O equipamento ligado aos participantes -todos estudantes universitários- impedia que houvesse qualquer tipo de controle sobre a gravação. As pessoas também não conseguiam perceber se o equipamento estava gravando ou não.

"Uma limitação potencial da nossa análise é que todos os nossos participantes eram estudantes", admitem os próprios autores do trabalho.

Entre as seis amostras estudadas, uma foi captada no México e as outras cinco nos EUA. Os latinos entre 17 e 25 anos analisados durante quatro dias em 2003 falaram mais do que as mulheres.

Esse placar em específico deu 14.704 para as mulheres e 15.022 para os homens. Em outros dois conjuntos de dados dos EUA, os homens também foram mais tagarelas.

(Folha de SP, 6/7)


Data: 06/07/2007