topo_cabecalho
Desnacionalização das universidades privadas preocupa, afirma Haddad

O ministro da Educação, Fernando Haddad, manifestou nesta terça-feira, 12, em São Paulo, sua preocupação com a desnacionalização das universidades privadas no Brasil. “Não é um setor qualquer. Não conheço situação tão peculiar. As instituições migram para o regime de empresa para enfrentar uma situação financeira adversa e podem ser adquiridas rapidamente por capitais estrangeiros.”

 

Haddad fez a afirmação no fórum de empresários do Grupo de Líderes Empresariais (Lide). O ministro reiterou ainda que nem todo o investimento estrangeiro tem tradição no setor educacional e lembrou que a posição do MEC é negocial, principalmente diante da intenção do Congresso Nacional de mudar a lei vigente, que limita atualmente o capital não-brasileiro em atividades educacionais em 30%.

 

Fernando Haddad fez uma exposição do Plano de Desenvolvimento da Educação para 250 empresários do Lide. Em resposta a uma observação de Vivianne Senna, presidente do Instituto Ayrton Senna, o ministro aproveitou para fazer um apelo aos empresários para que consultem as famílias de seus funcionários se elas participam dos conselhos educacionais das escolas de seus filhos, se acompanham a atividade escolar, se conhecem os indicadores da escola, se participam da vida escolar das crianças e, finalmente, se aos 8 anos estas crianças estão plenamente alfabetizadas. “É fundamental que a educação, a exemplo do que ocorreu com a democracia e com a estabilidade financeira, se transforme em um valor social para toda a sociedade.”

 

Questionado sobre a efetividade do ensino médio, Fernando Haddad cobrou uma maior proximidade do sistema S da escola pública. “Apenas um sexto de nossos jovens chegam à universidade, por isso é fundamental o investimento e a oferta do ensino técnico”, afirmou o ministro. Ele destacou que, por esse motivo, o MEC está ampliando de 140 para 350 o número de escolas técnicas no país. Ainda segundo o ministro, é fundamental que existam cursos técnicos gratuitos, principalmente  para as camadas mais pobres da população. “O sistema S tem acesso a importantes recursos sociais e precisa estar mais integrado ao sistema público”, concluiu o ministro.


Data: 15/06/2007