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Países buscam acordo sobre clima

Intenção é que diferenças sejam preteridas em reunião informal, que discutirá futuro após o Protocolo de Kyoto

Ministros do Meio Ambiente e especialistas de todo o mundo se reúnem na Suécia nesta semana para discutir informalmente as opções e as possibilidades de um novo acordo global substituir o Protocolo de Kyoto, em 2013, para atacar o problema do efeito estufa.

Cerca de 30 países participam do encontro, entre eles os Estados Unidos e China - os dois principais emissores mundiais de gases-estufa -, que acontece na cidade de Riksgransen, localizada 200 quilômetros ao norte do Círculo Ártico.

Esta é a terceira reunião do tipo: a primeira aconteceu em 2005, na Groenlândia, e a segunda, na África do Sul, em 2006.

A expectativa é que a natureza informal da reunião permita que os países entrem em um acordo e desenhem um plano mais detalhado para o período pós-Kyoto - algo que não foi obtido na reunião do G-8, que terminou na semana passada na Alemanha.

Na ocasião, os oito países mais poderosos do mundo, além de cinco emergentes, apenas concordaram em desenhar um projeto para o futuro em 2009 - para especialistas, tarde demais.

O ministro do Meio Ambiente da Suécia, Andreas Carlgren, afirmou ontem que a reunião é uma maneira de governos e grupos ativistas trocarem visões e informações, sem a pressão de que diretrizes sejam escritas.

"Se você consegue saber qual é a visão comum e quais elementos devem fazer parte dela, pode-se dar apoio um ao outro", disse o porta-voz de Carlgren, Thomas Uddin.

A reunião faz parte da preparação para a próxima conferência das partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas de Mudanças Climáticas, que acontece em novembro, em Bali (Indonésia).

Os países mais comprometidos com o protocolo, especialmente os europeus, afirmam que um substituto deve ser apresentado e aprovado o mais rapidamente possível, ou o aquecimento global vai se agravar a níveis perigosos.

O novo relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), divulgado neste ano, mostrou que os países precisam tomar medidas mais rigorosas para evitar a emissão dos gases-estufa.

A ministra brasileira do Meio Ambiente, Marina Silva, participará de uma sessão sobre desmatamento, onde dividirá a mesa de debate com seus colegas indonésio, Rachmant Witoelar, e australiano, Malcolm Turnbull.

O Brasil defende em fóruns internacionais a proposta de que o desmatamento evitado das florestas tropicais, fonte de emissão de gases-estufa, gere uma compensação financeira para o país onde está o estoque verde.

O plano, no entanto, não tem sido bem recebido entre os países que integram a convenção-quadro.


Data: 12/06/2007