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Nem o teto do mundo escapa do aquecimento

Everest perdeu algumas de suas geleiras nos últimos 30 anos e rios da Ásia estão ameaçados

A cobertura de neve do Monte Everest (ou Qomolangma, como é chamado no Tibet) foi reduzida em 217 metros, entre 1966 e 1997, e chegou mesmo a desaparecer na região da geleira Rongbuk, no norte da montanha. A informação foi divulgada ontem pelo Greenpeace China.

A ONG informou que a aceleração no derretimento das geleiras — um fenômeno causado pelo aquecimento global — pode comprometer a oferta de água para países asiáticos porque alguns do principais rios da Ásia, como Yang-tsé, Amarelo, Mekong e Gânges, nascem justamente no Platô Tibetano, conhecido como o teto do mundo, que vem sendo afetado drasticamente pelas mudanças climáticas.

— Pedimos medidas urgentes aos governos, não apenas da China, mas do mundo todo, para que reduzam a emissão de gases do efeito estufa, especialmente de dióxido de carbono, cujos principais emissores são justamente a China e os EUA — afirmou Li Yan, uma das coordenadoras do estudo do Greenpeace.

Ela explicou que, nos últimos três anos, equipes de cientistas e ativistas da organização fizeram duas expedições ao Everest e uma à região do platô tibetano onde está a nascente do Rio Amarelo.

— Baseado em estudos das Nações Unidas, podemos afirmar com certeza que, se o atual ritmo de degelo no platô tibetano se mantiver, 80% das geleiras da região derreterão em 2035. O maior aviso está na a foto que fizemos da geleira Rongbuk, ao norte do Everest, que praticamente desapareceu quando comparada com a imagem de 1968 — diz a ativista.

A situação na nascente do Rio Amarelo não é melhor.

Segundo a organização, 17% das geleiras que alimentam a nascente se foram nos últimos 30 anos.

Depoimentos de tibetanos que moram nas encostas do Everest gravados pelo Greenpeace confirmam as alterações: — As mudanças climáticas são óbvias e agora o inverno é tão quente quanto o verão — afirma um monge que mora há 20 anos na montanha.


Data: 31/05/2007