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Inaugurado na UFCG o Museu Interativo do Semi-Árido

Solenidade foi marcada por homenagem à cantora Marinês

“A UFCG e o Peasa agora têm o corpo e a alma do Semi-árido”, disse Vicente Araújo, coordenador do Museu Interativo do Semi-Árido (Misa) - ao discursar em sua inauguração - ao meio-dia desta terça, 15, na UFCG, campus Campina Grande. Na solenidade, Vicente agradeceu a todos os que se envolveram no processo, da idealização à construção, incluindo gestores e parceiros, “que fizeram brotar aquele espaço de culto à história e à diversidade de uma região que tanto caracteriza o Nordeste brasileiro”. O Peasa é um programa da universidade de estudos e ações para o Semi-árido.

Colocando-se à disposição da UFCG e da cidade, os diretores da Fundação Parque Tecnológico da Paraíba e da Chesf, respectivamente, Carlos Minor e Ailton de Lima, disseram que as empresas às quais representavam não fizeram nada além da obrigação de contribuir com empreendimentos dessa natureza, que preservam a história e promovem a cultura. Para o prefeito de Campina Grande, Veneziano Vital do Rego, o comprometimento social da universidade e os vínculos com o poder público municipal criam parcerias em diversas áreas e trazem resultados concretos.

Dispondo o museu a serviço do povo, dizendo que ele pode ser um instrumento do Instituto Nacional do Semi-Árido (Insa) para compartilhar pesquisas e ações, o reitor Thompson Mariz falou dos embates sofridos na defesa do Plano de Expansão da UFCG, que é voltado às regiões excluídas secularmente, a exemplo do Semi-árido.

Durante a solenidade foi assinado um convênio entre a Universidade Federal de Campina Grande, Fundação Parque Tecnológico e a Prefeitura Municipal de Campina Grande, no valor de R$ 80 mil, para a construção de um anexo onde funcionará o Programa de Estudos e Ações para o Semi-Árido (Peasa), gestor administrativo do Misa.

Homenagem

Em sua fala, o prefeito Veneziano também fez referências à cantora Marinês – falecida ontem, 14 – como um dos ícones do Nordeste, e do quanto ela contribuiu para a desmistificação da região, exaltando a cultura de seus habitantes. Durante a visitação dos convidados ao acervo do museu, o professor Daniel Duarte, caracterizado de vaqueiro e badalando um chocalho, chamou atenção para a riqueza cultural e a saudade deixada pela artista nordestina, ao cantar um clássico do seu repertório “Meu Cariri”, de autoria do compositor campinense Rosil Cavalcanti.

Museu

200m² de área construída expondo a riqueza natural e cultural do Semi-árido, localizado no campus Campina Grande da UFCG, é um espaço para quem conhece ou conheceu a região matar saudades; e para quem quer conhecê-la ficar com mais vontade ainda.

Idealizado pelo Programa de Estudos e Ações para o Semi-Árido (Peasa) a partir da exposição itinerante Viver e Compreender o Semi-Árido, o museu é uma parceria da UFCG com a Fundação Parque Tecnológico, Prefeitura Municipal de Campina Grande, Centro de Desenvolvimento, Difusão e Apoio Comunitário (Cedac), Sistema FIEP, Sebrae, Unicampo e Rede Paraíba Design.

Com investimentos na ordem de R$ 115 mil, o Misa abriga um salão de exposição permanente com painéis explicativos, peças em barro, madeira, roupas de couro, cancioneiro popular, utensílios domésticos e de trabalho do homem do Semi-Árido, além de uma sala de projeção multimídia, secretaria e um cactário.

Exposição itinerante

Com o sucesso da exposição "Viver e Compreender o Semi-Árido", nos últimos anos, o Peasa lançou o desafio para a construção de um salão próprio, uma exposição permanente, que se transformasse num museu interativo. Da idéia defendida pelo Peasa e seus parceiros, foi elaborado um projeto que foi aprovado pela Chesf, recebendo financiamento de R$ 85 mil.

A exposição tem como autores e curadores Elisabete Araújo e Daniel Duarte, que partiram da idéia de mostrar “um Semi-Árido bonito para quem o conheceu e conhece, e para quem irá conhecê-lo; desprovido da miséria, da seca e sujeição amplamente associados à região”.

Também patrocinam o Misa, além da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), governo federal e Vitae Apoio à Cultura, Educação e Promoção Social.

Peasa

De acordo com o seu Coordenador Geral, o pesquisador Vicente Araújo, o Peasa foi criado em meados de 1994, e desde então instalou-se como mecanismo destinado a articular e promover - dentro da UFCG e das instituições de pesquisa e desenvolvimento da Paraíba - a realização de estudos e intervenções nas atividades de ensino, pesquisa e extensão relacionadas à temática do semi-árido; implantando uma metodologia de trabalho com ênfase numa visão multidisciplinar.

Aproveitando as potencialidades de todas as instituições locais e regionais com atuação no Semi-árido, o Peasa tem buscado, sempre em parceria, alternativas para o equacionamento dos graves problemas da região e contribuído para o seu desenvolvimento, através dos meios e competência inerentes à universidade e demais instituições congêneres: a produção e a difusão de conhecimentos apropriados que dinamizem e transformem efetivamente a região.
 
Semi-árido

Abrangendo uma área de 912 mil quilômetros quadrados, onde vivem cerca de 22 milhões de pessoas, que representam 46% da população nordestina e 13% da população brasileira, o Semi-árido brasileiro é um dos ecossistemas mais habitados no meio rural brasileiro e foi povoado já no início da colonização do país, principalmente ao longo do rio São Francisco, que era a única ligação com o centro e o sul do país.


Data: 15/05/2007