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Estudantes portugueses lançam site para calcular número usuários de internet

O principal objetivo do projeto lançado há cerca de um mês pelos estudantes -- ambos se formarão em arquitetura de software pela Universidade de Aveiro -- é contar quantos internautas existem no mundo

 

O projeto surgiu durante um café, quando dois estudantes universitários portugueses descobriram que, mesmo morando muito longe um do outro, tinham um amigo em comum. “Começamos a discutir como o mundo é pequeno, depois fomos para a globalização e caímos na internet”, conta João Ribeiro, 23. “Pensamos então em criar um projeto para descobrir o verdadeiro poder da web, quantos são os usuários da internet e foi aí que surgiu a idéia do site”, continua Ribeiro, que, com o colega Sérgio Veiga, 23, montou a página MapMyName.

O principal objetivo do projeto lançado há cerca de um mês pelos estudantes -- ambos se formarão em arquitetura de software pela Universidade de Aveiro -- é contar quantos internautas existem no mundo. “Ter a resposta para essa pergunta é o mesmo que saber o verdadeiro poder da internet. Nosso projeto, no entanto, vai mais longe que essa questão: basta pensar na quantidade de informação que poderemos obter, mesmo que a gente não consiga chegar a todos os usuários da internet”, continuou Ribeiro em entrevista ao G1.

Para aqueles que pensaram no Orkut ao ler as informações acima, o co-fundador do site explica que o MapMyName não é uma rede social -- sua estrutura leva o pomposo nome de Rede Social Científica Global. O principal indício dessa diferença está no fato de a nova página não exibir muitas informações no perfil do usuário: o foco é mostrar onde esse indivíduo está localizado no globo. Por isso, o site é baseado na aplicação Google Maps, que indica a localização de cada um de seus membros (atualmente, são cerca de 17 mil).

É possível fazer buscas por nomes e localidades, mas, ao encontrar alguém, não dá para xeretar em álbum de fotos ou bisbilhotar em scraps. Tudo o que estará disponível é o nome, o sexo do usuário, a idade, a profissão, uma URL (endereço de internet), o número de vezes que aquele perfil foi acessado e, talvez, uma foto. No futuro, seus criadores querem disponibilizar mais funções, como a divulgação de artigos científicos e outras ferramentas que reforcem o contato entre os internautas.

Os estudantes elaboraram uma fórmula segundo a qual eles poderiam registrar o número total de internautas no mundo em menos de um mês -- isso só daria certo se cada usuário convidasse ao menos três amigos para participar, criando um sistema de pirâmide. No entanto, a velocidade não correspondeu ao esperado: “o problema de grandes projetos como esse reside no fato de as pessoas não acreditarem que elas podem fazer a diferença. Eu, você, todos nós somos importantes e podemos fazer diferença onde quer que seja”, acredita Ribeiro.

Além disso, o estudante cita outro motivo para a freada do crescimento: devido ao grande número de mensagens circulando com o mesmo convite, muitos serviços de e-mail classificaram o MapMyName como spam (lixo eletrônico). Ribeiro afirma que não vai considerar o projeto fracassado, caso nem todos os usuários de internet se cadastrem no site: “se não chegarmos ao número estimado teremos falhado no objetivo proposto, mas não no projeto”, afirma. “Com as informações recolhidas até agora, já é possível produzir estatísticas de valor.”

Em seus termos de uso, o site afirma não vender informações pessoais cadastradas na página para outras companhias. E os donos da página admitem ainda não saber como vão ganhar dinheiro com sua criação: “detesto publicidade on-line; ela pode ser usada como fonte de renda, mas tem de ser bem gerida”, disse Ribeiro.


Data: 14/05/2007