A pesquisadora Suzana Kahn Ribeiro, da Coppe, que participou da reunião de elaboração do último relatório do IPCC em Bancoc, criticou ontem o governo brasileiro por ter enviado uma equipe reduzida para o encontro.

"A minha crítica não é à delegação brasileira, que fez um trabalho fantástico, mas sim à posição do Brasil. Enquanto as delegações de outros países grandes eram de dez, 15 ou 20 pessoas, o Brasil tinha apenas duas pessoas."

A pesquisadora ressaltou que, por mérito da pequena delegação brasileira, o país conseguiu incluir no relatório questões importantes para o país em discussões sobre as florestas ou o biocombustível. Em outros assuntos, para ela, o Brasil ficou ausente.

"Recebemos para o sumário do qual participei mais de mil comentários. Nenhum deles do Brasil. Ficamos duas horas discutindo o caso da aviação a pedido dos Estados Unidos, da Austrália e do Canadá. O texto final foi suavizado até, porque eles tinham razão em reclamar que o setor aparecia como um dos únicos vilões."