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Pesquisadores da UFCG desenvolvem álcool de algaroba

Planta pode entrar na lista das fontes de energias renováveis

Além da cana-de-açúcar e das sementes de oleaginosas, como a mamona, soja, girassol, algodão e dendê, uma nova espécie vegetal pode entrar na lista das fontes de energias renováveis. É o que pretende um grupo de pesquisa da UFCG, que está desenvolvendo, em parceria com a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), um projeto visando à extração de álcool da vagem de algaroba. Experiências neste sentido já foram realizadas com sucesso, no início do ano, pela equipe liderada pelo professor Mário Eduardo R.M. Cavalcanti Mata, da Unidade Acadêmica de Engenharia Agrícola da UFCG, que também exerce a função de coordenador geral de pesquisa da instituição.

O projeto, idealizado pelo engenheiro de alimentos Clóvis Gouveia da Silva, doutorando em Engenharia de Processos na UFCG, ainda não testou as propriedades combustíveis do etanol de algaroba, mas o grupo prevê que elas devam ficar bem próximas das do álcool hidratado da cana-de-açúcar. Para coletar mais dados, estão sendo montadas duas mini-usinas experimentais de destilação de álcool de algaroba, uma na UFCG e outra numa fazenda no interior da Paraíba.

Produtividade

Uma das questões mais importantes no desenvolvimento de um novo biocombustível é a sua produtividade. É o alto custo de produção do álcool de milho norte-americano, por exemplo, que faz com que ele seja bem mais caro que o similar brasileiro, de cana. Quanto a isso, os pesquisadores da UFCG se mostram animados: “É possível extrair cerca de 260 litros de álcool por tonelada de algaroba, enquanto a média da cana-de-açúcar é de 90 litros por tonelada”.

Mas nem tudo são flores. Enquanto a produção de algaroba por hectare é de cerca de dez toneladas, a da cana-de-acúcar é dez vezes maior: 100 toneladas. “Essa é uma desvantagem que o desenvolvimento tecnológico pode eliminar. Já foram registradas produções de 30 toneladas de algaroba por hectare. Esse número pode subir com o desenvolvimento das espécies em laboratório e o aprimoramento técnico das lavouras”, defende Gouveia.

Subutilização

Mesmo não sendo nativa da região (foi introduzida no Brasil na década de 1940), a algarobeira domina a paisagem do Sertão nordestino, especialmente na região do Cariri paraibano. Apesar de seu elevado potencial nutricional, e das campanhas educativas nesse sentido, a planta não é consumida como alimento pela população sertaneja. Atualmente, sua utilização resume-se à produção de madeira, carvão e ração animal - quadro que a equipe de pesquisadores da UFCG pretende mudar em pouco tempo.


Data: 03/05/2007