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Especialista francês destaca alto investimento brasileiro em P&D e a necessidade de dar valor à tecnologia e à educação

De acordo com os dados do professor de Inovação do Centro Nacional de Artes e Ofícios da França, Marc Giget, o Brasil foi o país que mais investiu em pesquisa e desenvolvimento (P&D) nos dois últimos anos.

A informação foi divulgada durante a conferência Tendências Tecnológicas e Desafios da Indústria Brasileira, apresentada no 2º Congresso Brasileiro de Inovação na Indústria, realizado em SP, de 23 a 25 de abril.

O professor francês informou que os valores investidos pelo Brasil atingiram os US$ 32,62 bilhões no ano de 2006. De 2004 até o ano passado, o país teve um acréscimo de 36,6% no volume investido.

Os dados ressaltam o interesse do país na área de P&D, mas, ainda assim, os números atestam o baixo investimento em termos absolutos. Em alguns países, mesmo tendo sido registrado um aumento pequeno entre um e outro ano, os recursos para a área são bem maiores, como é o caso da Alemanha, de US$ 52 bi, em 2004, para US$ 54 bi, em 2006, e da própria França, que manteve os US$ 45 bi, em 2005 e 2006.

Em relação aos investimentos do Produto Interno Bruto (PIB), fica claro que o Brasil não investe pouco em P&D. É utilizado 1,6% do PIB para o setor, montante superior ao da China. O problema é que o produto interno do país asiático é cinco vezes maior do que o brasileiro.

Em relação a patentes, o Brasil ocupa a 11ª colocação no número de depósitos, posição à frente da Austrália, uma "nação bem desenvolvida", nas palavras do professor. O país depositou 4,2 mil patentes, enquanto a China fez 48 mil pedidos e o Japão, líder do ranking, 350 mil.

Giget explica que todas as sociedades têm necessidade de aberturas e de novos campos a serem buscados, mas, para isso, se "apóiam nas suas referências culturais".

Assim, em sua opinião, as grandes marcas européias do momento são aquelas que se aproximam do "humano". "É na relação entre indivíduo e produto que se agrega valor", diz o professor. É necessário, segundo ele, criar parcerias e realizar desenvolvimento nos nichos que dão uma competitividade diferenciada ao Brasil.

Ele também afirma que é importante ser mais exigente em relação à qualificação dos profissionais que trabalham na área.


Data: 27/04/2007