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Opinião - UFCG: a análise que fazemos

José Edílson Amorim

Vice-reitor e pró-reitor de Assuntos Comunitários da UFCG

 

 

A criação da UFCG, em abril de 2002, culminou um processo de discussão interna e de articulação externa iniciada desde a década e 1970. Tem-se, nesse percurso, um longo período de maturação com momentos importantes de participação da comunidade a exemplo de um plebiscito realizado em 1996.

 

No percurso de discussão, a criação da UFCG dividia os ânimos da comunidade. Hoje, a convicção dos seus defensores se converteu em unanimidade.

 

Somos uma instituição autônoma em sua gestão orçamentária; do ponto de vista da gestão política, amadurecemos a cada dia: a) fizemos nossos Estatutos; b) realizamos eleições para reitor e vice-reitor; c) administramos nossos recursos humanos e materiais com serenidade e sobriedade embora depois de um duro processo de aprendizagem.

 

É possível que alguns hajam apostado na criação da UFCG com uma fé sem limites; provavelmente, esses consideram que não estamos na universidade com que sonharam. Nós, talvez mais otimistas, pensamos estar construindo a universidade possível em busca da universidade necessária.

 

As duas opiniões têm a mesma lição a oferecer. Ambas dizem que devemos reunir cada vez mais esforços para consolidar a UFCG, revisar seu Estatuto, melhorar suas estruturas físicas (atividade em execução em todos os campi) e atualizar os equipamentos da infra-estrutura pedagógica (também uma atividade em execução).

 

Na última reunião do Colegiado Pleno, realizada em 28 de março passado, as reservas feitas à administração da UFCG se expressaram por uma crítica severa ao processo de expansão da nossa universidade. A crítica, em resumo, afirma que a expansão, como está sendo conduzida, ocorre com desatenção à necessidade de consolidação das estruturas atualmente existentes. Assim, estar-se ia empregando energia demais na expansão sem, antes, reparar as nossas precariedades.

 

De sua parte, essa crítica procede: em primeiro lugar, é razoável pensar que, ao se expandir, a universidade poderá ampliar as precariedades atuais para os limites das estruturas que estão sendo criadas; mas, por outro lado, é igualmente verdade que a expansão é uma necessidade sentida e reclamada pela população dos centros regionais mais populosos. São essas a duas evidências que o processo de expansão tornou enormes – expandir é uma necessidade que, por sua vez, exige a consolidação das estruturas atuais como suporte indispensável.

 

 De nossa parte, registramos a fala do professor Alexandre Gama, Pró-reitor de Administração, pronunciada naquela mesma reunião do Colegiado Pleno: “o governo não deu aos reitores a opção de utilizar os recursos da expansão para consolidar as estruturas existentes; se houvesse essa opção, nenhum dirigente seria ingênuo ao ponto de desperdiçar a oportunidade de consolidar a universidade que dirige”.

 

Vivemos esse dilema que a conjuntura atual nos impõe: expandir é necessário; mas o próprio processo de expansão poderá se revelar frágil se as universidades não consolidarem as atividades que já desenvolvem.

 

O governo federal precisa se convencer disso. Os porta-vozes mais autorizados para essa tarefa são as forças atuantes que integram a comunidade acadêmica das universidades brasileiras – do movimento estudantil ao movimento docente; da administração de base às instâncias superiores.

 

Consolidar significa identificar o que fazemos de melhor e planejar a consolidação dessas iniciativas; significa identificar as fragilidades em setores importantes para a universidade e buscar superá-las. Tudo isso exige avaliação constante, mudanças de procedimentos e de prioridades.

 

É para essa tarefa que conclamamos a comunidade acadêmica da UFCG: discutir os cursos que temos, os currículos que ministramos, a pesquisa e a extensão que praticamos. Urge potencializar a capacidade de discussão e de formulação de todos os conselhos de que dispomos. Por mais que tenhamos feito nesse sentido, estamos apenas começando.


Data: 25/04/2007