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Opinião - UFCG: cinco anos

Mário Araújo Filho

Professor da UFCG

 

Dito assim, parece estarmos diante de uma dessas estruturas que nasceram ontem, e ainda engatinham... Não é o caso da UFCG. O curso de graduação em Engenharia Elétrica, por exemplo, realizou seu primeiro vestibular em... 1963! E o de Engenharia Civil é ainda mais antigo. A Escola Politécnica (POLI), mãe de tudo aí está, data de 1952. A UFPB – da qual se originou a UFCG – resultou da federalização, em 1960, da Universidade da Paraíba (estadual), criada em 1954!

 

Comemoramos – a UFCG e a comunidade campinense e paraibana – um marco importante: a assinatura, pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, da Lei 10.419, de 09/04/2002, que formalizou a existência da UFCG, por desmembramento da UFPB. Mas as raízes da UFCG – está claro – estão fincadas lá atrás, e esse é um aspecto que não deve ser esquecido, mas sim ressaltado como nosso maior patrimônio.

 

A UFCG tem estrada, história e tradição. Detém competência reconhecida em várias áreas, no ensino e na pesquisa, em diversos campos do conhecimento. E foram esses fatores, seguramente, que fundamentaram a conquista da sua autonomia – a partir do parecer técnico da comissão especial designada pelo MEC – por decisão do Congresso e do Governo Federal da época. E é de se destacar, para esse desfecho positivo, a mobilização da comunidade campinense, pelas suas lideranças e forças vivas da sociedade, que reivindicavam, há mais de duas décadas, a implantação de uma universidade federal em Campina Grande.

 

Para aquilatar a importância da conquista da UFCG, basta verificar que ela foi "arrancada" do governo federal num momento político em que não era fácil a autorização para o surgimento de novas estruturas universitárias públicas. Havia, então, mais responsabilidade e critério nessas iniciativas. Para a UFCG, deve ser motivo de muito orgulho ter sido viabilizada, numa conjuntura difícil, em razão da qualidade demonstrada em vários dos seus campos de atuação, e não como resultado de apadrinhamento e populismo. Vale ainda relembrar que a UFCG se justificaria – de acordo com o parecer da comissão do MEC – apenas a partir do então Campus II da UFPB, sediado em Campina Grande.

 

Para o futuro, é preciso manter e consolidar esse alto conceito. A história de competência da UFCG aponta-lhe um lugar de destaque entre as universidades brasileiras. No entanto, não há garantia de que assim seja. E preciso que seja essa a nossa opção.


Data: 23/04/2007