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Cientista catalão diz que sua descoberta combate o câncer

O pesquisador catalão Joan Massagué acha que sua descoberta sobre o mecanismo que provoca a expansão do câncer de mama ao pulmão "abre as portas para novos tratamentos, como a combinação de remédios" para combater a doença.

Massagué disse que esse seria o principal avanço "no terreno prático" conquistado a partir da descoberta sobre a formação de novos vasos sanguíneos, pelos quais as células cancerígenas chegam dos seios ao pulmão.

"É promissor, porque demonstra que o obscuro processo da metástase pode ser decifrado", explicou Massagué. Ele dirigiu a equipe de pesquisadores do Memorial Sloan-Kettering Cancer Center de Nova York que realizou a pesquisa, publicada na última edição da revista científica "Nature".

O bioquímico espanhol disse que "já existem fármacos que atuam sobre os genes que alteram a rede sanguínea para criar os novos vasos tumorais, mas o resultado da pesquisa abre portas para novos tratamentos, como a combinação desses remédios".

"Atualmente tirar um tratamento como a quimioterapia, agressiva, mas efetiva, seria uma irresponsabilidade", explicou. Joan Massagué se mostrou cauteloso sobre a possibilidade de que o mecanismo de expansão do câncer de mama ao pulmão extrapole para outro tipo de metástase entre diferentes órgãos.

"Parece simples, mas é necessário um esforço considerável para determiná-lo", afirmou o cientista.

A pesquisa liderada pelo catalão se baseou no estudo de quatro genes, conhecidos como Ereg, Cox2, MMP1 e MMP2. Eles facilitam a formação de novos vasos sanguíneos a partir de um tumor, processo-chave para compreender a expansão das células cancerígenas.

Nascido em Barcelona em 1953, Joan Massagué dirige o programa de Biologia Celular do centro de Nova York. Ele já trabalhou também em algumas das mais renomadas universidades dos Estados Unidos, como a de Providence, em Rhode Island, e a do Estado de Massachussets. O cientista espanhol ganhou vários prêmios ao longo de sua carreira, entre os quais se destaca o prêmio Príncipe de Astúrias de Pesquisa Científica e Técnica, em 2004.


Data: 13/04/2007