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Aquecimento global ameaça patrimônio e relíquias culturais

Efeito deve ser mais drástico em 26 locais, entre os 830 listados pela Unesco, que possuem geleiras, biodiversidade marinha, terrestre, sítios arqueológicos e cidades históricas

As variações climáticas ameaçam os 830 locais inscritos na lista do Patrimônio Mundial da Unesco, segundo relatório que estuda os efeitos em 26 casos concretos, entre eles a região arqueológica de Chan Chan no Peru, a barreira de corais da Austrália e o parque nacional do Kilimanjaro.

"Hoje em dia, a comunidade internacional está amplamente de acordo em estimar que a mudança climática vai constituir um dos maiores desafios do século 21", lembrou o diretor-geral da Unesco, Koichiro Matsuura, no preâmbulo do relatório.

A publicação se foca em cinco aspectos: as geleiras, a biodiversidade marinha, a biodiversidade terrestre, os sítios arqueológicos e as cidades e assentamentos humanos históricos.

No caso das geleiras, além de alterar a beleza destes locais e provocar inundações perigosas, a mudança climática põe em risco várias espécies selvagens, como o leopardo das neves, que vive no Parque Nacional de Sagarmatha, no Nepal.

No que diz respeito à biodiversidade marinha, a Unesco prevê que, até 2100, 70% dos corais de águas profundas serão afetados por estas alterações climáticas e calcula que 58% destes animais estão em perigo.

A biodiversidade terrestre também está ameaçada pela mudança climática.

A Unesco estuda, sobretudo, as áreas protegidas da Região Floral do Cabo, na África do Sul, e recomenda a criação de zonas protegidas e o deslocamento para outros locais das espécies que estão especialmente em perigo.

No
que diz respeito aos tesouros arqueológicos, a organização citou como exemplo a cidadela de Chan Chan, no Peru.

Segundo a Unesco, as chuvas causadas pelo fenômeno de El Niño afetam as frágeis construções de barro de Chan Chan, a antiga capital do Reino Chimu, uma das mais importantes cidades pré-hispânicas da América, com arquitetura de adobe.

Por último, a elevação do nível do mar e as inundações podem ter efeito devastador nas construções e no tecido social das cidades e assentamentos humanos históricos.

A Unesco citou o bairro financeiro da City, em Londres, a cidade de Tombuctu, no Mali, e o Bosque dos Cedros de Deus, no Líbano.


Data: 11/04/2007