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Países da Europa lutam para evitar a fuga de cérebros

Nas últimas semanas, vários países divulgaram suas iniciativas para atrair e fixar jovens doutores em seus territórios. Essas medidas tentam solucionar o problema da evasão de cérebros para nações com forte investimento em pesquisa, desenvolvimento e inovação, como, por exemplo, os Estados Unidos

Na Europa, Angela Merkel, chanceler alemã, anunciou a criação do European Research Council (ERC - Conselho Europeu de Pesquisa), uma agência com a função de fomentar a pesquisa realizada por jovens talentos (europeus ou não), em diversas áreas do conhecimento científico. Objetivo do programa é desenvolver atividades de pesquisa primando pela qualidade e a excelência.

O texto que define os marcos de atuação do programa revela a intenção de promover a interação entre instituições de pesquisa européias e outras similares em diferentes partes do mundo com base na participação individual de pesquisadores dessas instituições em atividades do ERC.

O orçamento do programa prevê 45% dos recursos destinados a ciências físicas e de engenharia; 40% para ciência da vida e 15% para ciências sociais e humanidades. Serão mais de 7,5 bilhões de euros (R$ 21 bilhões) a serem aplicados em pesquisa entre os anos de 2007 e 2013, segundo afirmou o presidente do ERC, Fortis Kafatos.

Para obter a versão final do documento do ERC ou mais informações sobre o programa europeu de incentivo à pesquisa em C&T, acesse erc.europa.eu/

Espanha

O Ministério de Educação e Ciência (MEC) espanhol, segundo o jornal El Mundo, demorou quase três anos para atender às reclamações que chegavam das universidades e da comunidade científica. A reforma da Lei Orgânica de Universidades (LOU), atualmente em tramitação no Senado, dará cobertura e reconhecimento à figura dos pesquisadores.

"A universidade facilitará a compatibilidade no exercício da docência e da pesquisa e incentivará o desenvolvimento de uma trajetória profissional que permita, quando necessário, a intensificação docente ou de pesquisa", garante esse artigo da modificação da LOU.

A formulação desse documento atende à necessidade que o país enfrenta de recuperar seus "cérebros" (jovens que deixaram a Espanha por melhores condições de trabalho em centros de outros países) e criar uma infra-estrutura competitiva com instituições de pesquisa da elite mundial.

Os pesquisadores passarão, a partir da aprovação da lei, mais tempo dentro dos laboratórios que nas salas de aula, pois a prioridade será priorizar as horas de pesquisa.

Assim, segundo informou ao jornal El Mundo, o secretário geral de Política Científica do MEC, Francisco Marcellán, será condição indispensável que as universidades e os Estados apresentem um plano estratégico que justifique a contratação dos pesquisadores.

Outra preocupação do MEC espanhol é criar uma verdadeira cultura científica na sociedade. Para isso, Marcellán crê que o programa 2007 Ano da Ciência na Espanha será importante para a melhoria da qualidade da divulgação da C&T no país. O secretário demonstrou preocupação pelo desconhecimento da população sobre quem são seus pesquisadores e está decidido a conseguir que estes ganhem notoriedade.


Data: 03/04/2007