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Educação é principal interesse na internet

A educação é o principal fator de interesse do internauta brasileiro, revela
a pesquisa do IBGE "Acesso à internet e posse de telefone", feita a partir
de dados de 2005 da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios).

Segundo o estudo, 71,7% dos usuários disseram acessar a rede em busca de
educação e aprendizado.

O segundo assunto de maior interesse é a comunicação com outras pessoas,
citada por 68,6%. O item inclui conversas em salas de bate-papo, ferramentas
como Orkut, programas de mensagens instantânea, blogs e fotologs.

O lazer é o terceiro colocado, citado por 54,3%. A leitura de jornais e
revistas aparece em seguida, com 46,9%.

O estudo, o primeiro do tipo do IBGE, mostra que o internauta brasileiro é
jovem e tem renda e grau de instrução elevados.

Em 2005, o país tinha 32,1 milhões de usuários de internet, o equivalente a
21% da população. A idade média das pessoas que acessam a rede era de 28,1
anos, e o número médio de anos de estudo, 10,7. A renda mensal per capita
era R$ 1.000.

Segundo o presidente da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações),
Plínio de Aguiar, a primeira barreira para o acesso à internet é a
econômica. O governo estuda usar o Fust (Fundo de Universalização dos
Serviços de Telecomunicações) para cobrir as despesas de acesso à rede em
200 mil escolas.

A Anatel pretende aprovar no primeiro semestre um plano de acesso à rede
discada em que as operadoras oferecerão um pacote de dez horas de navegação
por R$ 7,50.

O uso da internet é mais freqüente entre os jovens. No grupo de 15 a 17
anos, 33,9% das pessoas acessaram a rede. A condição de estudante é fator de
peso no acesso. Entre os estudantes, 35,9% usam a internet. Ente os que não
são estudantes, o número cai para 16%.

É o caso da estudante Joana Rottgers Silva, 14, que usa a rede para fazer
pesquisas escolares, conversar com amigos no Orkut e verificar os recados em
seu fotolog.

"Na maioria das vezes uso a rede como passatempo. Coloco fotos minhas, troco
mensagens com amigos e baixo músicas. Consulto até mesmo o horário do ônibus
pela internet", disse.

As mulheres acessam mais a rede do que os homens até os 25 anos. A partir
daí, o percentual de homens é maior. As mulheres acessam mais a partir de
locais de ensino, e os homens preferem o local de trabalho e os centros de
acesso pago.

As mulheres navegam em busca de educação e aprendizado. Os homens, para
fazer compras, buscar atividades de lazer e realizar transações bancárias.

Resistência - O perfil dos que não acessam a rede é composto por pessoas de 37,5 anos em média e 5,6 anos de estudo. O rendimento médio é de R$ 333.

A falta de acesso ao computador é a principal justificativa para os que não
usam a rede, citada por 37,2%. Para 20,9% dos entrevistados, no entanto, a
internet não é necessária ou não desperta a atenção.

A aposentada carioca Silvia Medeiros de Oliveira, 62, diz que sofre críticas
da família e dos amigos porque não quer comprar um computador.

"Posso comprar, mas não quero, não tenho vontade." Ela se diz pressionada:
"Outro dia queria fazer uma reserva em um hotel e me disseram "só por
e-mail".


Data: 26/03/2007