Evento promovido pela UFCG acontece no Centro de Convenções Raimundo Asfóra

Gestão de detritos perigosos e infectantes, legislação ambiental e políticas públicas, entre outros assuntos pautam o I Simpósio Nordestino Sobre Resíduos Sólidos: Gestão e Tecnologias de Reciclagem (Sinres), aberto na noite de ontem, quinta, 23, no Centro de Convenções Raimundo Asfóra, em Campina Grande, PB.

A solenidade, bastante prestigiada, foi aberta pela coordenadora administrativa da Unidade Acadêmica de Engenharia de Materiais da UFCG, e também do Sinres, Crislene Rodrigues, que fez um relato da idealização do simpósio – do questionar o que a universidade vinha fazendo para solucionar essas questões, da troca de experiências possíveis e dos estímulos para a busca dos resultados – ressaltando que apenas 3% do material orgânico produzido no Nordeste é reciclado.

Ao dizer que a realização do Sinres é um marco na história da UFCG, o diretor do Centro de Ciências e Tecnologia, Bráulio Maia, enalteceu a presença dos “maiores expoentes no assunto” que, com uma nova maneira de pensar, remeterão os participantes a uma nova maneira de agir.

No seu entender, o aprofundamento da percepção de nossa região permitirá uma visão dinâmica e futurista - sem significar o nivelamento das consciências, promovendo o debate de uma realidade em evolução – numa partilha recíproca.

Wilson Consiani, do Cefet-MS, disse que eventos dessa natureza são fundamentais para professores, estudante e a sociedade, pois oportunizam refletir o que deveria ser feito, sem pensar em soluções mágicas ou milagrosas. Lembrando que 95% das pessoas que catam latinhas, por exemplo, não têm moradia e nem condições de freqüentar escola, disse esperar soluções “bem definidas para diminuir os resíduos e nos fazer crescer como gente”.

O representante do Ministério do Meio Ambiente, Nelson Luiz Wendell, falou sobre a má gestão dos resíduos sólidos e a proliferação dos lixões que vêm se tornando um dos maiores problemas ambientais da sociedade. Para ele, a solução virá com medidas integradas sócio-ambientais e maior comprometimento dos gestores públicos. Pediu aos estudantes que tenham interesse pelo tema e se especializem, “pois cada vez mais se precisará de medidas para equacionar esse grande problema”.

Ao encerrar a solenidade, o reitor Thompson Mariz falou do orgulho da UFCG em sediar o primeiro simpósio sobre um assunto de tamanha relevância e disse estar preocupado, como cidadão e como reitor, com os rumos dessa discussão. Falou da necessidade de discutir cientificamente e politicamente as questões - sem esquecer os que retiram da reciclagem o sustento mínimo – e que elas não passem de debates acadêmicos. “Estudar por estudar, discutir por discutir... o que precisamos é apontar soluções”, enfatizou.